xxvii. he's all love

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bom dia, menines! como estão?

hoje nos encontramos aqui, com muita alegria, para comemorar a vitória do harry no grammy!! 🥳

por favor, não deixem de comentar, mesmo que seja para feedback negativo… o processo criativo vem sendo muito difícil com minha rotina e isso me incentiva muito a continuar escrevendo, tendo a certeza de que tenho alguém me aguardando para continuar. 🥺🥰

muito obrigada, mil beijinhos, se cuidem! 

Muito cedo, no outro dia, Harry estava aguardando pelo diretor da escola sentado em um banco de fórmica branca no corredor da escola. Ver o ambiente tão vazio e silencioso o trazia uma sensação um pouco dolorosa ao peito, algo que não sabia explicar. 

Em seu rosto, marcas da barba de Louis ainda estavam presentes, mostrando que aquele primeiro compromisso que ele havia designado ao dia não poderia ser postergado por nada. Sua mão trêmula segurava uma pasta transparente de tonalidade verde contendo o resultado do exame dentro e uma carta da médica solicitando readequação de atividades ou afastamento preventivo, por se tratar de uma gestação masculina. 

No dia anterior, ele não havia dado muita importância, tudo era novo e, naturalmente, achou que o protocolo fosse aquele mesmo. No entanto, nos vários minutos de espera, lendo e relendo a carta, a ficha pareceu cair. Não sabia que as coisas agora funcionavam daquela forma; quando fazia estágio, no último semestre da faculdade, se lembrava de ver várias professoras e professores muito gestantes e inchados dando aula. No fundo, queria que aquela conversa fosse levada para o rumo que conhecia. O desconhecido, principalmente o que mexia com seu bolso, o causava medo. 

Uma garota miúda sentou ao seu lado com um casaco peludo e rosa e uma mochila de rodinhas, tendo sido deixada lá por sua mãe para que esperasse por alguns minutos antes do início das aulas. Das vezes que a encontrou no corredor, ela lia um livro de capa roxa de contos de fada clássicos. Naquele momento, permanecia lendo a mesma obra. Harry se perguntava se ela relia os capítulos ou se nunca havia concluído o livro. 

Em silêncio permaneceu ao lado da mocinha, pensando com seus botões que, enquanto a mesma se perdia em um mundo de fantasias, ele dividia com ela o mesmo espaço de tempo, expectando pelo que viria a seguir — uma decisão e o início das aulas, respectivamente. 

— Você é professor, não é? — Ela questionou com curiosidade, embora sem tirar os olhos das folhas brancas. — Eu tive uma aula com você, quando choveu muito forte e juntaram as salas, lembra? Pegamos o mesmo ônibus.

— Sou sim — respondeu, contente. — Fico feliz que ainda se lembre de mim. Aquele dia foi bem difícil para conseguir se locomover na cidade. Qual o seu nome?

Fechando o livro, ela finalmente o encarou, sorrindo levemente. l

— Me chamo Jenny. Naquele dia, você estava falando para nós sobre o Mito de Narciso — relembrou. — Narciso queria viver apenas em sua própria companhia, não dava atenção para ninguém, pois se achava superior a tudo. Zeus o aplicou uma punição após ter recebido reclamações de tantas pessoas rejeitadas e, assim, como forma de castigo, Narciso nunca mais pôde olhar para a própria imagem refletida em lugares em que isso normalmente seria possível. Em um certo dia, no entanto, ele se viu refletido nas águas de um lago e se apaixonou por sua própria imagem, acabando por se afogar.

— Eu estou bastante impressionado que você se lembre disso, ainda mais vindo de uma aula com professor substituto — comentou, automaticamente expandindo um riso em sua face.

aneurysm • lwt+hesOnde histórias criam vida. Descubra agora