aneurysm • lwt+hes

xxix. you look wonderful everyday

exatamente um mês depois, volto com uma atualização direto do forninho para vocês! por favor, não se esqueçam de comentar, mesmo que seja qualquer coisinha boba, só para eu saber que vocês ainda estão aqui, ok? <3 muito obrigada por seu tempo e mil beijinhos!

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A primeira vez em que Harry esteve em um consultório para receber a informação de sua gestação foi inenarrável. Ele estava desarmado, esperando qualquer notícia grave visto todo o seu histórico médico, mas estava fora de cogitação imaginar que um bebê entraria na história.

Naquele dia, em que a perspectiva de ser pai havia finalmente saído de uma fantasia longínqua e abstrata e se instalado em sua realidade sem aviso prévio, ele soube que sua vida mudaria para sempre.

Ter Louis ao seu lado naquele momento foi também um fator fundamental e necessário. Aquela conexão que eles mantinham, o fato de o mais velho ter percebido e dado atenção a pequenos aspectos que podiam facilmente não ser nada demais, foi crucial para que a sensação de ansiedade fosse abrandada e seu coração e psique fossem confortados para que enfrentassem os próximos meses com serenidade e alegria.

Na clínica que Louis havia agendado a primeira consulta, todos eram muito solícitos e acolhedores. Harry não imaginava que suas dúvidas fossem sanadas de forma tão integral e que se sentiria confiante para fazer todas as perguntas que em seu íntimo pareciam tolas. Além do mais, os termos que os profissionais utilizavam eram de fácil entendimento e acessíveis, e faziam com que Harry conseguisse compreender com maior destreza o período em que estava vivendo.

E ele gostava muito de toda a ideia de ser um gestante. Todos os dias, acariciava seu corpo tentando encontrar qualquer nova diferença que ainda não tinha percebido, conversava baixinho com seu bebê, mesmo que nunca obtivesse resposta. Viver aquela fase era a realização de um imenso desejo e ele não queria perder absolutamente nada — tinha que lidar, claro, com a parte dos inchaços, das mudanças de humor, o sono e micção frequentes, além da sensibilidade em partes que antes nunca havia sentido, mas esses eram apenas pequenos detalhes perto da grandiosidade de todo o restante.

Na consulta agendada para quando adentrasse a 12ª semana, eles ouviram atentamente a tudo o que a obstetra falava sobre o desenvolvimento do bebê e conseguiram associar com algumas coisas que Louis já havia comentado. Os órgãos do bebê permaneceriam se desenvolvendo até o 9º mês, embora estivessem formados e iniciando seu funcionamento.

A vontade de ir ao banheiro a todo momento se dissiparia aos poucos, visto que a pressão na bexiga se tornaria mais branda conforme o movimento do útero no abdômen e o contorno da barriga se tornaria mais evidente a cada dia.

Harry achou que seria sensível a qualquer primeiro movimento do bebê, uma vez que estava abrigando-o em seu corpo, e uma bela surpresa foi descobrir que movimentos sucintos, como abrir a boca e bocejar, tinham sido iniciados e nada havia sido notado. Depois do baque, ele se permitiu rir um pouco ao lado de Louis e da médica, que recebeu seu espanto de maneira agradável e o explicou que era completamente normal não ter sentido nada e que ele não tinha sido desatento ao seu bebê por isso.

Louis se ausentou por uns instantes da sala para usar o banheiro enquanto a profissional preparava o aparelho de ultrassom e doppler fetal, que seriam utilizados na segunda etapa da consulta, e os deixou conversando sobre a importância de toda uma equipe multiprofissional durante o pré-natal, o puerpério e nos dois primeiros anos de vida da criança.

Era fato que um único médico não conseguiria efetivar todo o acompanhamento necessário, visto que demandas específicas de cada área estavam sujeitas a aparecer a qualquer momento durante o período. E foi saber que poderia influenciar de forma negativa no desenvolvimento do bebê com suas questões internas não resolvidas que fez Harry cogitar pela primeira vez a busca de um profissional que pudesse auxiliá-lo.