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Minho partiu quatro dias depois.

Jisung o acompanhou até seu jato particular.

— Devo voltar em breve. — Falou Minho. — No mais tardar em dez dias. Eu acredito que dissolver o exército não é exatamente algo que já fizemos, por isso é difícil dizer com certeza. — Ele fez uma pequena careta. — A menos que meu pai apareça com outro motivo pelo qual eu preciso estar absolutamente em Pelugia.

Os lábios de Jisung se estreitaram.

— Você precisa voltar antes que Lorde Ksar volte para verificar como a paz está se mantendo. Suspeito que ele não se importará em nos avisar sobre sua visita com antecedência.

— Ainda faltam cerca de um mês. — Disse Minho, dando de ombros. — Tenho certeza que estarei de volta então. Ou você pode vir para Pelugia?

Jisung balançou a cabeça.

— Não posso deixar meu trabalho no Senado. Seus deveres são muito mais flexíveis do que os meus.

O cheiro de Minho aumentou com seu aborrecimento, e Jisung sentiu seu próprio cheiro aumentar em resposta também.

Eles se encararam. Minho foi o primeiro a desviar o olhar, para satisfação do Han.

— Tudo bem. — Disse Minho, sua voz mais áspera do que há muito tempo.

Jisung não gostou. Gostava quando Minho estava rindo ou sorrindo. Quando Minho estava de mau humor, seu cheiro de alfa se tornava muito mais pronunciado, o que só serviu para agravar ainda mais o Han.

Quando ele começou a se virar, Jisung agarrou seu braço.

— Minho.

O Lee olhou para ele.

Jisung abriu a boca e logo depois fechou. Ele nem tinha certeza do que queria dizer. Ele não iria se desculpar por dizer a verdade. O horário do Lee era muito mais flexível do que o dele. Minho era o general de um exército em tempos de paz. Jisung era um senador ativo e líder do partido Liberal.

O que quer que Minho tenha visto em seu rosto, foi o suficiente para suavizar um pouco sua expressão.

— Eu também não quero me separar em condições ruins. — Disse Minho. Um sorriso hesitante se formou em seus lábios. — Acho que nos tornamos bons amigos, certo?

Amigos. A palavra não parecia muito certa. Ele gostava de Minho. Minho era simpático. Ele era caloroso, paciente e bem-humorado. Ele era fácil de conversar, fácil de gostar, de confiar - Jisung não esperava gostar tanto dele - mas sua presença sempre o deixava nervoso. Ele nunca conseguia relaxar perto dele.

— Sim. — Disse Jisung. — Claro que somos amigos.

Minho sorriu, o que tornou seu cheiro muito mais tolerável.

— Adeus, então. — Ele disse, puxando Jisung para um abraço de um braço só. — Não seja um estranho. Ligue para mim.

Quando ele começou a se afastar, Jisung não o deixou. Mantendo-o quieto, ele empurrou o rosto contra a garganta de Minho.

Minho riu.

— Ah, qual é! — Mas ele não estava empurrando Jisung para longe, permitindo-lhe marcá-lo completamente com o cheiro.

Quando os instintos dele finalmente foram satisfeitos, ele deu um passo para trás e disse rigidamente:

— Adeus. Tenha um voo seguro.

Minho apenas balançou a cabeça com um sorriso e se afastou, cheirando a Jisung.

Jisung observou o jato decolar e desaparecer na direção de Pelugia.

Ele suspirou, sentindo seu corpo relaxar pelo que parecia ser a primeira vez em um mês. Por mais que gostasse de Minho, estava feliz por finalmente ter uma distância tão necessária dele. Ele odiava o efeito que Minho tinha sobre ele: o animal primitivo e territorial em que se transformava em torno do outro alfa. Longe do cheiro irritante de Minho, a cabeça de Han parecia mais clara. Ele se sentia mais calmo em geral. Mais ele mesmo. Ele não sentia mais que precisava mijar por toda a casa - e o estranho alfa dentro dela.

Com sorte, a distância acalmaria seus instintos e, quando Minho voltasse, eles poderiam ser amigos normais sem que Jisung precisasse marcá-lo com o cheiro a cada hora.

Só podia esperar.

𝐔𝗇𝗇𝖺𝗍𝗎𝗋𝖺𝗅  •  𝐌𝗂𝗇𝐒𝗎𝗇𝗀Onde histórias criam vida. Descubra agora