Lauren está andando de um lado a outro do escritório e passando as mãos pelo cabelo. As duas mãos, o que quer dizer que está duplamente exasperada. Seu habitual controle absoluto parece ter escorrido pelo ralo.
— Não entendo por que não me contou isso — ela diz em tom de censura.
— Não vi razão para isso, não surgiu assunto antes. E não tenho por costume sair por aí falando sobre a minha vida sexual. Além disso... acabamos de nos conhecer.
Olho para as minhas mãos. Por que me sinto culpada? Por que ela está tão irritada? Olho para ela.
— Bom, agora você sabe muito de mim — diz secamente, e aperta os lábios. — Eu sabia que não tinha muita experiência, mas... virgem? — Ela fala como se aquilo fosse um insulto. — Que inferno, Camila, eu acabei de te mostrar... — resmunga. — Que Deus me perdoe. Alguém já beijou você alguma vez, sem que tenha sido eu?
— Claro que sim.
Eu me esforço para parecer ofendida. Ok... talvez, duas vezes.
— E ninguém legal a fez se apaixonar? Perder a cabeça? Eu simplesmente não entendo. Tem vinte e um anos, quase vinte e dois. Você é linda. Não, você é extremamente bela! — Volta a passar a mão pelos cabelos, balançando a cabeça negativamente como se não conseguisse compreender.
Linda. Extremamente bela.
Ruborizo de alegria. Lauren Jauregui me considera extremamente bela. Entrelaço os dedos e olho fixamente para eles, tentando dissimular meu estúpido sorriso. Talvez ela seja míope, meu subconsciente adormecido levanta a cabeça. Onde ela estava quando necessitei dela?
— E você está discutindo seriamente sobre o que quero fazer, mesmo quando não tem experiência? — Junta as grossas sobrancelhas outra vez. — Como evitou o sexo? Conte-me, por favor.
Encolho os ombros.
— Ninguém realmente, você sabe...
Ninguém me fez sentir assim, só você. E no final, você é uma espécie de monstro.
— Por que está tão irritada comigo? — murmuro.
— Não estou irritada com você, estou irritada comigo. Eu pensei que... — ela suspira, olha atentamente para mim e balança a cabeça. — Quer ir embora? — pergunta, por fim, em um tom gentil e parecendo preocupada.
— Não, a menos que você queira que eu vá — respondo. Ah não... Eu não quero ir.
— Claro que não. Eu gosto de ter você aqui — ela diz franzindo o cenho e dá uma olhada no relógio. — É tarde — e volta a levantar os olhos para mim. — Você está mordendo o lábio. — Sua voz é rouca e ela me olha especulativamente.
— Desculpe.
— Não se desculpe. É que eu também fico com vontade de mordê-lo, só que com força.
Arquejo... Como ela pode me dizer essas coisas e esperar que não me afete?
— Venha — ela murmura.
— O quê?
— Vamos resolver esse problema agora mesmo.
— O que quer dizer? Que problema?
— O seu, Camila. Vou fazer amor com você, agora.
— Ah — Sinto que o chão se move.
Sou um problema.
Prendo a respiração.
— Isto é, se você quiser, eu quero dizer. Não quero me meter em encrenca.
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Cinquenta tons de verde (Camren)
RomanceQuando Camila Cabello entrevista a jovem empresária Lauren Jauregui, descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora. Ingênua e inocente, Camila se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Lauren, está...