Abrindo de uma vez a porta do ancoradouro, entro e acendo a luz. Enquanto as lâmpadas fluorescentes ganham vida, subo os degraus que levam até o quartinho. Ali dentro, acendo outro interruptor e lâmpadas alógenas iluminam o cômodo.
Deslizo o corpo de Camila pelo meu, me deleitando ao senti-la, e coloco-a de pé. Seu cabelo está indomado, os olhos brilhantes sob a luz das lâmpadas, e sei que está sem calcinha. Eu a quero. Agora.
— Por favor, não me bata — sussurra ela.
Não entendo. Olho para ela embasbacada.
— Não quero apanhar de você, aqui, agora. Por favor, não me bata.
Mas... Eu a observo boquiaberta, paralisada. É para isso que estamos aqui. Ela ergue a mão, e, por um instante, fico sem saber o que vai fazer. A escuridão se agita e se retorce na minha garganta, ameaçando me sufocar se Camila tocar em mim. Mas ela coloca os dedos na minha bochecha e delicadamente os desliza até meu queixo. A escuridão derrete e é esquecida. Fecho os olhos, sentindo seus dedos delicados em mim. Com a outra mão, ela mexe no meu cabelo, passando os dedos por ele.
— Ah — gemo, e não sei se é de medo ou desejo.
Estou sem fôlego, de pé na beira de um precipício. Quando abro os olhos, ela dá um passo à frente para que seu corpo fique colado ao meu. Agarra meu cabelo e o puxa de leve, unindo os lábios aos meus. Eu a observo fazer isso, como uma espectadora fora do meu corpo. Nossos lábios se tocam e fecho os olhos enquanto ela enfia a língua na minha boca. É o som do meu gemido que quebra o feitiço que ela lançou.
Camila.
Passo os braços em volta dela, retribuindo seu beijo, colocando duas horas de ansiedade e tensão no nosso beijo, minha língua possuindo-a, reconectando-se com ela. Minhas mãos agarram seu cabelo e sinto seu gosto, sua língua, seu corpo no meu enquanto inflamo feito gasolina.
Porra.
Quando me afasto, nós duas estamos sem ar e suas mãos agarram meus braços. Estou confusa. Eu queria lhe dar umas palmadas. Mas ela disse não. Assim como na mesa de jantar.
— O que está fazendo comigo? — pergunto.
— Beijando você.
— Você disse não.
— O quê?
Ela fica sem entender, ou talvez tenha se esquecido do que aconteceu.
— Na mesa de jantar, com suas pernas.
— Mas estávamos na mesa de jantar dos seus pais.
— Ninguém jamais me disse não antes. E isso é muito... excitante.
E diferente. Coloco a mão em sua bunda e a puxo para mim, tentando recuperar o controle da situação.
— Você ficou zangada e excitada porque eu disse não? — Sua voz sai rouca.
— Estou zangada porque você nunca me falou da Geórgia. Estou zangada porque você foi beber com aquele cara que tentou seduzi-la quando estava bêbada e a largou com uma pessoa praticamente desconhecida quando você estava passando mal. Que tipo de amigo faz isso? E estou zangada e excitada porque você fechou as pernas para mim.
E porque está sem calcinha.
Meus dedos levantam um pouco seu vestido.
— Eu quero você, e quero agora. E se não vai me deixar bater em você, que é o que merece, vou foder você nesse sofá agora mesmo, para o meu prazer, não o seu.
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Cinquenta tons de verde (Camren)
RomanceQuando Camila Cabello entrevista a jovem empresária Lauren Jauregui, descobre nela uma mulher atraente, brilhante e profundamente dominadora. Ingênua e inocente, Camila se surpreende ao perceber que, a despeito da enigmática reserva de Lauren, está...