CAPÍTULO XX - Experiências novas

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Abrindo de uma vez a porta do ancoradouro, entro e acendo a luz. Enquanto as lâmpadas fluorescentes ganham vida, subo os degraus que levam até o quartinho. Ali dentro, acendo outro interruptor e lâmpadas alógenas iluminam o cômodo.

Deslizo o corpo de Camila pelo meu, me deleitando ao senti-la, e coloco-a de pé. Seu cabelo está indomado, os olhos brilhantes sob a luz das lâmpadas, e sei que está sem calcinha. Eu a quero. Agora.

— Por favor, não me bata — sussurra ela.

Não entendo. Olho para ela embasbacada.

— Não quero apanhar de você, aqui, agora. Por favor, não me bata.

Mas... Eu a observo boquiaberta, paralisada. É para isso que estamos aqui. Ela ergue a mão, e, por um instante, fico sem saber o que vai fazer. A escuridão se agita e se retorce na minha garganta, ameaçando me sufocar se Camila tocar em mim. Mas ela coloca os dedos na minha bochecha e delicadamente os desliza até meu queixo. A escuridão derrete e é esquecida. Fecho os olhos, sentindo seus dedos delicados em mim. Com a outra mão, ela mexe no meu cabelo, passando os dedos por ele.

— Ah — gemo, e não sei se é de medo ou desejo.

Estou sem fôlego, de pé na beira de um precipício. Quando abro os olhos, ela dá um passo à frente para que seu corpo fique colado ao meu. Agarra meu cabelo e o puxa de leve, unindo os lábios aos meus. Eu a observo fazer isso, como uma espectadora fora do meu corpo. Nossos lábios se tocam e fecho os olhos enquanto ela enfia a língua na minha boca. É o som do meu gemido que quebra o feitiço que ela lançou.

Camila.

Passo os braços em volta dela, retribuindo seu beijo, colocando duas horas de ansiedade e tensão no nosso beijo, minha língua possuindo-a, reconectando-se com ela. Minhas mãos agarram seu cabelo e sinto seu gosto, sua língua, seu corpo no meu enquanto inflamo feito gasolina.

Porra.

Quando me afasto, nós duas estamos sem ar e suas mãos agarram meus braços. Estou confusa. Eu queria lhe dar umas palmadas. Mas ela disse não. Assim como na mesa de jantar.

— O que está fazendo comigo? — pergunto.

— Beijando você.

— Você disse não.

— O quê?

Ela fica sem entender, ou talvez tenha se esquecido do que aconteceu.

— Na mesa de jantar, com suas pernas.

— Mas estávamos na mesa de jantar dos seus pais.

— Ninguém jamais me disse não antes. E isso é muito... excitante.

E diferente. Coloco a mão em sua bunda e a puxo para mim, tentando recuperar o controle da situação.

— Você ficou zangada e excitada porque eu disse não? — Sua voz sai rouca.

— Estou zangada porque você nunca me falou da Geórgia. Estou zangada porque você foi beber com aquele cara que tentou seduzi-la quando estava bêbada e a largou com uma pessoa praticamente desconhecida quando você estava passando mal. Que tipo de amigo faz isso? E estou zangada e excitada porque você fechou as pernas para mim.

E porque está sem calcinha.

Meus dedos levantam um pouco seu vestido.

— Eu quero você, e quero agora. E se não vai me deixar bater em você, que é o que merece, vou foder você nesse sofá agora mesmo, para o meu prazer, não o seu.

Cinquenta tons de verde (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora