CAPÍTULO XVII - Mudanças

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Normani está correndo pela grama.

Está rindo. Alto.

Estou correndo atrás dela. Sorrindo.

Vou alcançá-la.

Há pequenas árvores à nossa volta.

Árvores em miniatura repletas de maçãs.

Mamãe me deixa catar as maçãs.

Mamãe me deixa comer as maçãs.

Coloco as maçãs nos bolsos. Em todos os bolsos.

Escondo-as em meu casaco.

Maçãs têm um gosto bom.

Maçãs têm um cheiro bom.

Mamãe faz torta de maçã.

Torta de maçã e sorvete.

Fazem minha barriga feliz.

Escondo as maçãs nos sapatos.

Escondo-as debaixo do meu travesseiro.

Há um homem. Vovô Morgado.

Ele tem outro nome. Thi-o-dor.

Theodore é um nome engraçado.

As árvores em miniatura são dele.

Na casa dele. Onde ele mora.

Ele é o papai da mamãe.

Tem uma risada alta. E ombros largos.

E olhos alegres.

Ele corre para pegar Normani e eu.

Você não consegue me pegar.

Normani corre. Ele ri.

Eu corro. Pego ele.

E caímos na grama.

Ele está rindo.

As maçãs brilham ao sol.

E têm um gosto tão bom.

Hummm.

E têm um cheiro tão bom.

Tão, tão bom.

As maçãs caem.

Caem em cima de mim.

Eu me viro e elas atingem minhas costas, me machucando.

Ai.


Mas o aroma ainda está ali, doce e fresco.

Camila.

Quando abro os olhos, estou enroscada nela, nossos membros entrelaçados. Ela me olha com um sorriso meigo. Seu rosto não está mais vermelho nem inchado. Camila está radiante. Meu pau concorda e se enrijece para saudá-la.

— Bom dia. — Estou desorientada. — Nossa, você me atrai mesmo quando estou dormindo.

Espreguiçando-me, eu me desvencilho de Camila e olho ao redor. Estamos no quarto dela, claro. Seus olhos brilham com uma curiosidade ávida enquanto meu pau pressiona seu corpo.

— Humm... isso seria bom, mas acho que devíamos esperar até domingo.

Enfio a cabeça logo abaixo de sua orelha e me apoio no cotovelo.

Cinquenta tons de verde (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora