Meu reinado

37 | Pedido

LENNA

— Você sabia que ela estaria na guerra? — arregalei meus olhos. Natan não carregava a mesma surpresa que eu.

— Por isso queria que você treinasse tanto. Eu sabia que ela tentaria te atingir despretenciosamente. Eu não estava errado.

O choque arrepiava o meu corpo.

— Como soube que ela participaria?

— Eu liguei uma coisa na outra, Lenna. Sabe a planta do chá que ela usou pra te envenenar? Então, essa planta, hoje em dia, só existe no reino que hoje lutamos contra. E por coincidência, o rei que a fez participar da guerra, era um dos aliados do rei de Aron, quando o mesmo ainda estava vivo.

Eu fiquei ainda mais boquiaberta.

— E também, mandei meus soldados investigarem. Como eu não conseguiria pegá-la com ela estando escondida no reino inimigo, pois ninguém teria permissão de entrar lá, ainda mais com uma guerra entre nós marcada, e o rei de lá a ajudando se esconder, esperei a presença dela na guerra, matando qualquer um que estivesse próximo a você, porque eu já imaginava que ela não tentaria me atacar primeiro, mas sim, tentar ao máximo roubar a coisa mais valiosa que eu possuo; a sua vida — suas mãos acariciaram meu rosto, e sem mais delongas, fomos para a guerra novamente.

Tudo terminou como imaginavamos: a vitória estava em nossas mãos.

Mais uma vez, Natan tinha um motivo para se orgulhar.

Mais uma guerra dele vencida.

E a Nyvi estava morta. Era um problema a menos.

A matamos.

Eu arranquei a sua cabeça, e o Natan perfurou a sua barriga. Quer sonho maior do que esse?

Aquela vadia mereceu cada parte.

Ela e o rei de Aron estariam queimando juntos no inferno.

Estávamos livres de dois problemas, e finalmente, a paz voltaria a reinar conosco. Não existiam inimigos tão fortes em nosso meio, querendo nos atacar, como aqueles dois.

Continuariam existindo guerras e discórdias, porém, nada comparado a rivalidade que existia antes — e se fosse passar a existir, seria daqui uns bons anos.

Eu continuava carregando essa esperança de que as coisas continuaria em paz.

Precisávamos recarregar as energias — e demoraria um tempo gigantesco.

Eu sentia a vitória correndo em minhas veias, mas em contrapartida, o meu corpo se sentia derrotado de tanta exaustão.

— Vencemos, amor — estava alheia em meus pensamentos quando aquela voz surgiu em meio aos soldados e soldadas parados em campo, conversando e olhando os corpos mortos em nossa volta. Natan caminhou feliz até me encontrar, com um ar de respiro, aliviado.

Eu o entendia completamente.

A sensação era um alívio repentino.

Junto de Nyvi, mais um reino inteiro tinha sido derrotado pelas nossas mãos.

Ele envolveu a minha cintura, me puxando para si, não se importando com as nossas armaduras sujas. Empurrou meu cabelo para o lado, livrando o meu rosto daquela mexa o tampando.

— Já disse o quanto você é linda?

— Nesse estado, nunca. — dei risada, achando um absurdo alguém me soltar um "linda" enquanto me olhava naquele estado deplorável. — Eu estou acabada — suspirei.