9 | Jantar parte 1

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Voltei para a realidade quando vi Alice e Natan rindo sem parar, como se fosse a cena mais engraçada do mundo me ver envergonhada e sem saber o que dizer ou esboçar

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Voltei para a realidade quando vi Alice e Natan rindo sem parar, como se fosse a cena mais engraçada do mundo me ver envergonhada e sem saber o que dizer ou esboçar.

Aquele absurdo me pegou de surpresa, ainda mais com a conclusão precipitada que Natan havia tirado de mim.

Ele nunca viu a minha bunda, e não poderia afirmar algo assim!

— Está falando de algo que você nunca viu! — cruzo meus braços em torno do meu peito, disfarçando um pouco da raiva escaldante que percorria minhas veias.

— Estou disposto a ver e analisar, para ter certeza, então.

— Natan! —  Alice chama a atenção dele, o repreendendo com o olhar. Os olhos azuis dela ficaram ainda maiores quando citou o nome do irmão. A fala anterior dele parecia ter deixado-a um pouco menos chocada.

Eu continue perplexa, demorando um tempo para raciocinar tudo que estava acontecendo ali. Natan surgiu do além, e eu tinha acabado de conhecer Alice, que também surgiu do nada, ao lado do tronco da árvore que eu estava escalando para poder surgir.

E as falas do Natan... ah, as faladas dele...

Ou seja, tudo girava em torno de uma aleatoriedade difícil de ser acompanhada.

—  Não fale essas coisas para ela, vai deixá-la assustada!

— Eu estou brincando! — o jeito que ele usou, deixava claro que realmente era uma brincadeira, e que a irmão não deveria se preocupar.

Mas... me senti um pouco paralela ali, como se o que eu achasse não fosse tão importante quanto o que Alice achasse. Pensando bem, não é de se surpreender que Natan se importe mais com a irmão, do que comigo.

Se ao menos se importasse, não teria feito a brincadeira. Gostaria de pensar que Natan usasse as brincadeiras como uma ferramenta para nos tornar mais próximos, ou quebrar o clima que sempre ficava tenso quando nos aproximavamos.

Se tivéssemos nos conhecido em outro tipo de contexto, ele seria uma pessoa com que eu teria uma amizade, certeza. Mas assim... da maneira que estamos, não vejo uma solução que nos torne íntimos — a não ser que eu acabe perdendo a memória.

— Eu preciso voltar para o meu quarto... — digo, querendo sair dali as pressas. Olho em volta, vendo o jardim, mais uma vez, nos arredores do castelo, vendo que o caminho está limpo, e que nenhum dos dois se pronúncia quando começa dar os primeiros passos, deixando-os para trás.

Agarro os meus braços, como se eu pudesse me dar um abraço, sentindo um frio diferente batendo no meu corpo — num desespero interno, gritante.

Essas dúvidas que rodeiam a minha cabeça, me deixam confusa demais. Não sei o que pensar sobre isso tudo, como eu devo agir ou em quem eu devo ouvir.

Meu reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora