13 | Beijo, desejo e sumiço

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* LENNA *

Natan não está me olhando, ele está me devorando. Estamos um pouco longe um do outro, e eu estou um pouco mais a frente, encarando seu rosto desprovido de vergonha.

— Disse que tinha uma bunda maior do que a minha — vejo-o entusiasmado demais para que eu continuasse andando e ele continuasse olhando a parte de trás da camisola ( especificamente a parte onde fica a minha bunda).

— Mas eu não disse em nenhum momento que a minha era mais bonita do que sua — se atreve dizer.

— Você não tem vergonha na cara? — pergunto, andando igual a um caranguejo, matendo meus passos para o lado. Natan começa a me imitar, abrindo um pouco mais as pernas para realmente andar idêntico ao bicho.

— Nenhum pouco — me responde — Pareço ter vergonha na cara andando dessa maneira aqui?

— Eu estou com vergonha! — admito, em tom de indignação — Não quero que você fique olhando a minha bunda!

— Da próxima vez que estiver de camisola e eu te chamar para conversar, colocarei uma também para que você possa olhar para a minha — caçoa.

— Não sou pervertida assim! — dou um riso, imaginando dentro de uma camisola rosa.

— Porque não quer! Eu não te julgaria se quisesse olhar para a minha — da de ombros, indicando, com a cabeça, uma sala fechada do outro lado do corredor — É ali que iremos entrar — avisa.

— Eu não vou olhar para a sua bunda! — o contrario

Continuo andando igual a um caranguejo, acelerando ao ficar próxima da sala indicada por ele. Puxando a maçaneta e entro, fazendo uma análise rápida do lugar, enxergando um sofá de canto perto de uma prateleira enorme, cheia de livros.

Quando Natan entra na sala, me olha  sentada com as pernas cruzadas, ajeitando minhas costas no sofá, me esticando no estofado macio, num tom de verde queimado, que não dá para decifrar se seria mais claro se tivesse mais velas espelhadas pelo local, ou se a cor dele é essa mesmo.

— Então, rainha de Eragon... tem algum palpite para me dar sobre o jantar? Alguma dúvida sobre o que foi dito? Um comentário? Ou até mesmo alguma ideia? Vejo que está mais disposta para conversar comigo depois do que eu disse hoje... — ele se senta na mesa, de frente para o sofá.

Sua atenção deixou de estar sobre o meu corpo. Seus olhos estão fixos no meu rosto, como se eu pudesse relevar, com as minhas expressões, o que estou pensando ou sentindo.

As nuances das luzes das velas acesas mudam conforme o vento entra pelas janelas abertas ( mesmo estando de noite), sacudindo o fogo aceso, sendo forte o suficiente para apagar uma delas.

Natan está apoiando os cotovelos nos joelhos, se inclinando para conversar comigo, me mostrando que nada a nossa volta o importa mais do que o que eu tenho para dizer. O vento que fica cada vez mais forte não o incomoda e muito menos chama a sua atenção.

Natan continua fixado em mim.

A minha atenção não está tão voltada para ele, e talvez eu esteja buscando algum tipo de amparo e resposta para dar, enquanto meus olhos se dispersam com detalhes inúteis a nossa volta.

— Desde o dia em que eu vim parar aqui e te conheci, e passei a entender um pouco do que estava acontecendo... não esperava ver esse tipo de atitude vindo da sua parte, tanto pelas poucas conversas que trocamos, quanto pelo jeito que você parecia ter.

Meu reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora