25 | Um rouba, e o outro, mata.

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* LENNA *

   Ela nos olhava como se tivéssemos algum tipo de culpa sobre o que tinha acontecido. Minha mãe havia chegado um pouco depois do Arthur e de mim, entendendo outra coisa.

Na cabeça dela, estávamos naquela sala há muito tempo.

— Mãe... eu... — Arthur tentou terminar o que pretendia falar, mas por algum motivo não conseguiu.

— Não sabemos o que aconteceu aqui. Acabamos de chegar. Abrimos a porta e demos de cara com... isso — apontei para o sofá, engolindo em seco.

— Eu... eu não posso acreditar... — ela ergueu o rosto para visualizar se existia algum equipamento perigoso conosco, passando os olhos fixamente por cada canto que alcançava na distância em que estava.

E sendo óbvio, não achou nada, porém, não se cansou, desceu as escadas correndo, passando longe do sofá, virando até mesmo um pouco do rosto para não olhar mais aquela cena. Ela, de primeira, veio até mim, com os olhos arregalados, ainda aguados, apalpando cada parte do meu corpo afim de encontrar alguma prova. Depois, insatisfeita por não ter achando nada enroscado em meu corpo, não acreditando, partiu para o Arthur, começando a analisá-lo assim como estava fazendo comigo.

Não encontrando nada.

— Alguém invadiu a casa — Arthur chegou nessa conclusão no mesmo instante que eu.

Minha mãe começou a andar desesperamente, de um lado para o outro, controlando um grito dentro da garganta, que não demorou muito para sair.

— Mataram o meu marido! — seu corpo não aguentou toda a pressão. Seus joelhos foram direto para o chão mais uma vez. Seu corpo se encolheu inteiro. Sua alma fazia a sua boca continuar gritando. — Quem fez um absurdo desses? — ergueu o olho, querendo obter uma respostas nossa. — Mataram o seu pai — repetiu, inúmeras vezes, com um grito que rasgava a garganta.

Aquilo conseguiu ser mais traumatizante do que visualizar o meu pai morto. Arthur andou na direção dela, se ajoelhando ao seu lado, passando um braço por de trás das suas costas, dando um abraço, com o corpo meio distante, temeroso em se aproximar mais.

Eu só sabia sentir aquela angústia toda e muitas dúvidas. Não me sentia triste o suficiente e aquilo me deixava mal. Ver a minha mãe angustiada me causava muito mais sofrimento do que o fato de que meu pai não estava mais entre nós.

Olhá-la ali, encolhida, sem saber qual rumo tomar ou o que pensar me doía muito mais. 

— O que vai ser da minha vida? — Seu choro pausava a sua respiração. Um barulho alto escapava da sua boca, como se todo o ar que tentava puxar em meio aos seus soluços não fossem o suficiente para fazê-la respirar corretamente.

No momento em que percebi que cada vez mais sua situação ficava pior, criei coragem para me aproximar dela e do Arthur. Passei suavemente minhas mãos pelas suas costas, erguendo meu rosto para qualquer canto, visualizando a cozinha no fundo do corredor, enxergando uma claridade anormal partindo dali, me dando conta de que o vidro se encontrava aberto.

Eu caminhei alguns passos, chegando no início do corredor, olhando para trás novamente, vendo que apenas Arthur me olhava, com uma reação inexpressiva, que não me dizia absolutamente nada. E minha mãe mal tinha notado que eu não estava mais ao seu lado.

Andei pelo corredor escuro, que cada vez mais se iluminava com a claridade que partia da janela.

E realmente, ela estava aberta.

Meu reinadoOnde histórias criam vida. Descubra agora