Meu reinado

24 | A morte de Amber

Vim traumatizar vocês um pouquinho.

Boa leitura, gostosas 👀

Obs: para quem não se lembra, Amber é o pai da Lenna

* NATAN *

   Andei depressa ao meu escritório, angustiado, como se a minha vida dependesse daquilo. Os guardas que estavam em seus devidos lugares, por não estarem acostumados com a imprevisibilidade, me olharam curiosos, e eu imaginei que estivessem se perguntando o motivo da minha correia mas não acharam de bom tom se intrometer.

Qualquer atitude que me desagradasse poderia significar o fim do emprego deles. Por não me conhecerem, agiram da melhor forma possível. Até fiquei preocupado nos primeiros dias se tudo se estabeleceria da forma que eu desejava, com pessoas boas, e bem, eu estava obtendo respostas favoráveis.

Quando cheguei no corredor do escritório, a primeira coisa que fiz foi analisar as expressões do guarda, mesmo estando longe.

E seu rosto não esboçava nada.

O que era um bom sinal.

Imaginei que se Lenna pegasse aquela carta e lesse, faria um escândalo, e a essas alturas, o guarda estaria tentando acalmá-la.

Só o fato de não estar escutando sua voz, ou de não ter encontrado alguém se debatendo no chão, era um bom sinal.

— Com licença — pedi para o guarda, que no mesmo instante se colocou ao lado, me dando passagem.

Entrei no escritório já buscando a carta com os olhos, encontrando-a no mesmo lugar que eu havia deixado, na mesma posição. Passei meu dedo indicador sobre a escrita, como seu eu mesmo não pudesse acreditar que a carta ainda estava lá.

Eu havia chegado a tempo.

•••

* LENNA *

   Eu estava transtornada graças ao meu pai.

Não era fácil ter que encarar a verdade de frente, arregaçar as mangas e começar a agir. Eu fiz de tudo para lutar contra aquele pensamento de vingança que se perpetuava cada vez mais, e que agora, diferente de antes, vinha em uma linha crescente.

Me lembrei do dia do jantar, onde vi a frieza do meu pai naquela mesa enquanto me negociava, com um valor maior, as escondidas.

Ele me tratou como uma mercadoria... não posso ter pena pelo que vou fazer, e muito menos medo dele.

Eu era a rainha daquele lugar, meu pai me vendeu para que eu obter-se esse título, por que teria medo de usar o meu poder, com ele?

Não teria, eu não poderia ter medo de algo assim, porque o medo não o atingiu quando decidiu me tratar de qualquer maneira.

Eu iria me vingar dele.

E começaria o meu plano, invadindo a sua casa, em busca do que era meu por direito.

E não haveria companhia melhor para me ajudar nesse breve aventura do que o Arthur, que não pensou duas vezes em me ajudar quando me ouviu contando o absurdo que meus olhos haviam lido naquela carta.

Sua indignação chegou ao estágio da minha, e não teria como falar outra resposta que não fosse um: " sim, vamos pegar o dinheiro". E como nada nessa vida fica de graça, como um incentivo a mais, eu daria metade do valor a ele, como uma recompensa por ter me ajudado.