The Red Bow - Wantasha

6. Dancing without music

Wanda simplesmente amava passar os domingos com sua família assistindo aos espetáculos da Broadway. A família Maximoff ignorava os comentários sobre a decadência do teatro para a TV, simplesmente não podiam crer nessa bobagem de que a arte havia se tornado algo ultrapassado. E se houvesse algum outro programa favorito da família, este se chamaria ficar em casa cozinhando e cantando. Django e Magda adoravam inventar receitas ou acrescentar ingredientes em pratos já prontos, e consequentemente arrastavam suas filhas junto para a cozinha. Podia-se dizer que eram um desastre, mas não havia tristeza naquela casa. Wanda os amava acima de qualquer coisa.

Foi então naquele domingo de sol enquanto Magda preparava panquecas na cozinha e Django tocava violão na sala, o dia em que Wanda cantarolava pela casa segurando uma escova de cabelo como microfone com Sofia sacudindo uma vassoura imitando uma guitarra, aquela foi a primeira vez que ela apareceu.

Houve três breves batidas na porta. Django logo largou o violão no sofá e fez com que suas filhas se calassem anunciando que abriria a porta. Ele caminhou de meias pela casa sobre os protestos de Magda e abriu a porta gentilmente, erguendo uma sobrancelha em seguida quando se deparou com uma jovem ruiva cujos cabelos caíam até o meio das costas. A garota usava short jeans, all star vermelho e uma blusa de linho cinza. E em suas mãos, uma torta de maçã.

Primeiramente, Django ficou extasiado com a beleza da moça que lhe sorria de volta, mas então voltou à realidade.

– Posso ajudar? – perguntou curioso enquanto analisava a garota de baixo a cima.

– Na verdade, pode sim. – ela respondeu com uma voz doce. – O senhor é Django Maximoff?

Django olhou para os lados abrindo e fechando a boca várias vezes seguidas. A beleza e a educação daquela garota tinha o deixado abobado, quase como se estivesse falando com alguém de sua própria família. Ele não pode deixar de sorrir para ela, era contagiante aquele olhar determinado e doce.

– Sim, acho que sim... – a voz do homem morreu, arrancando um breve sorriso da garota que tomou o cuidado de segurar a torta em uma das mãos e estender a outra em cumprimento.

– Muito prazer! Meu nome é Natasha Romanoff. – eles apertaram as mãos. Na verdade Natasha apertou, pois Django continuava em seu estado aéreo. – Wanda está em casa? Não quero parecer rude, mas eu gostaria muito de pedir a sua permissão para sair com sua filha esta noite.

Django não teve tempo para processar o pedido de Natasha, logo Magda apareceu por trás do marido com uma ruga na testa.

– Algum problema, amor? – então seus olhos caíram em Natasha e em seu sorriso encantador que fez a voz da mulher também se calar.

Agora o casal tinha a boca entreaberta para a ruiva como se estivessem frente a frente com a coisa mais linda que eles já tenham visto na vida.

– A senhora deve ser Magda Maximoff, certo? – perguntou Natasha, mesmo sabendo a resposta. A semelhança entre mãe e filha era inegável, Natasha pensou que gostaria de poder ver Wanda naquela idade. – Natasha Romanoff, mas podem me chamar de Natasha.

– Olá, Natasha. – o casal Maximoff disse em uníssono.

O silencio se abateu por um minuto e a ruiva sentiu-se constrangida sabendo que estava sendo medida da cabeça aos pés. Queria causar uma boa impressão aos pais de Wanda, parecer casual e despreocupada, e implorou mentalmente que Wanda não a matasse por chegar bem mais cedo do que o combinado.

– Então... – recomeçou Natasha ficando na ponta dos pés um pouco impaciente. – Wanda está?

– Oh sim, Wanda! – Django retomou a fala repentinamente. – Estrelinha? – gritou pelo hall de entrada. Magda continuava sua analise em Natasha. – Você tem visita!