26. When everything falls

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1/2 de hoje


23 de Janeiro de 2015. – Primeiro ano da faculdade.

Era de manhã quando Natasha sentiu um leve desconforto no corpo e abriu os olhos sentindo-se completamente sonolenta. Passou os olhos pelo cômodo em que se encontrava constatando que nunca saiu da sala de estar da casa dos Maximoff, e que a sensação de um sonho ruim era, na verdade, a realidade. Ela estava deitada no sofá com as costas contra o encosto com uma Wanda encolhida em seus braços em um sono profundo; estavam abraçadas com as pernas entrelaçadas, mas o desconforto do móvel causou uma bela dor nas costas para a morena que sentiu sua coluna travada. Sua mente trabalhou avidamente retomando tudo o que aconteceu antes de chegarem ao sofá, e então ela se lembrou. Wanda chorou como uma criança necessitando de colo, ela agarrou-se à camisa de Natasha como se tivesse medo que a ruiva lhe fosse abandoná-la. Depois de mais algumas conversas em meio ao choro, elas acabaram pegando no sono pela exaustão da mais nova. Natasha analisou o rosto inchado da namorada e sentiu vontade de chorar outra vez, Wanda estava encolhida em seus braços como um bebê que precisava de todo o cuidado do mundo.

Natasha conseguiu se desvencilhar dos braços de Wanda sem acordá-la e a cobriu com a pequena manta vermelha deixando um beijo suave em sua têmpora. Droga, ela precisava de um longo banho e remédio para dor no corpo antes de ir para o estágio. Caminhou com a mão direita nas costas até a cozinha pensando no que aconteceria quando sua menina acordasse, mas seus pensamentos mal puderam ser consumados quando se deparou com uma Magda cabisbaixa preparando o café da manhã, a mulher levantou a cabeça ao notar a presença de Natasha lhe oferecendo um sorriso triste quando viu a surpresa no rosto da nora.

- Eu cheguei agora pouco, não quis acordar vocês. – explicou e Natasha balançou a cabeça em entendimento. A ruiva levou a mão esquerda ao cabelo em desconforto, não sabia o que dizer e nem com perguntar sobre Django. – Natasha, antes de qualquer coisa eu gostaria de agradecer você.

A mulher sentou-se à mesa de jantar indicando a cadeira em frente a sua para que Natasha seguisse seu gesto. As olheiras eram visíveis em baixo do rosto cansado da mulher, seu semblante calmo havia sido substituído por algo mais obscuro, como se ela soubesse que eram tempos difíceis para sua família.

- Eu realmente não me import-

- Não, me escute. – ela pediu cansada. Natasha concordou. – Você tem cuidado de Wanda todo esse tempo com tanto carinho... Cheguei a pensar que ela ficaria doente se continuasse trancada naquela sala de música, mas você apareceu na vida dela e mudou isso. E ontem você cuidou de Sofia, passou a noite naquele sofá desconfortável zelando o sono de Wanda... – ela deu uma pausa e serviu o copo de café do jeito que Natasha gostava. – Nós te amamos como uma filha, Natasha. Nunca menos que isso.

A ruiva não soube o que dizer. Não tinha pensado muito bem quando ficou com Sofia em casa, ela simplesmente sabia que era o certo, assim como deixou de voltar ao dormitório para cuidar de Wanda, não era uma opção deixá-las sozinha naquele momento difícil, porque ela também sofria por Django. Ter Magda lhe dizendo que a tinha como filha era como ser oficialmente integrada à família que tanto amava e se orgulhava.

- Eu fiquei sem palavras, desculpe... – ela sorriu sem graça. – Eu não fiz nada que não faria pela minha família, Magda. Wanda é a minha namorada e vocês são os pais que eu nunca tive.

A mulher segurou a mão de Natasha por cima da mesa e lhe ofereceu mais um sorriso em compreensão.

- Wanda deve ter lhe contado sobre a quimioterapia. – ela disse. A voz agora trêmula, seus olhos estavam presos no copo de café. – Eu me encontro em um beco escuro, para ser sincera. Pensei em hipotecar a casa, mas Django deixou claro que não vai fazer isso, que essa casa é de Wanda e Sofia. Não podemos arriscar perdê-la agora, e nossa situação com o banco não está nada boa... Como eu devo assistir meu marido morrer sem fazer nada, Natasha? Nós temos duas filhas e eu preciso ser forte pelas duas e...

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