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"Um tanto quanto curioso eu te mandar esta carta? Quem sabe. A verdade é que não sabia como começá-la, pois não colocaria "Querida Natasha", sério, eu te odeio. Mas enfim, indiferenças à parte. Soube por fontes seguras (sua mãe) que voltou para os EUA. Está certa do que fez, Natasha? Digo, eu mal posso olhar para você depois de ter me escondido tantos segredos. Mas somos mais parecidas do que imagina, acredite, demorou muito tempo para o meu ego aceitar esse fato. No fundo, posso compreender o quão assustador é isso, só espero que você esteja preparada.
E para concluir, vamos ao motivo desta carta: Estou me casando.
Yeah, você já deve ter encontrado o convite junto no envelope. John ficou carente de uns tempos pra cá e eu notei que ele me escondia algo, até aparecer com uma barra enoooorme de chocolate (insinuando que estou gorda, talvez), e dentro da embalagem tinha um papel com o pedido. Sim, eu sei, é gay. Mas não posso dizer não a ele, eu o amo. Então é isso, tenho certeza de que você vai estar lá, me dando o apoio moral e psicológico que preciso.
Bom, vou indo. O gerente do correio quer a caneta de volta e eu estou quase sendo linchada na fila.
Com amor, só que não, Kate."
A mulher de cabelos ruivos entregou ao homem do correio a carta que escrevera com todo o amor. Sabia que estava sendo muita audaciosa em convidar Natasha para o seu casamento sabendo que muito provavelmente Wanda também estaria presente, esta que tinha se afastado um pouco de suas amigas de faculdade desde a formatura, quando Kate mudou-se para New Orleans por conseguir um emprego de investigadora de policia e onde, consequentemente, conheceu John, que na época era delegado e um galanteador filho da mãe. De qualquer forma, Wanda e Kate ainda se consideravam amigas distantes. Ela sabia que, assim como para Carol e Diana, manter certa distância de Wanda teve seu lado bom e ruim. O lado ruim se deve à saudade que sentiam uma da outra, pois Wanda tinha se tornado uma pessoa querida para Kate, e vê-la de coração partido conseguia amolecer seu coração de pedra. O lado bom em questão fora o peso de que, toda vez em que Kate a visse, sentiria a necessidade constante de cuspir as verdades em sua cara sempre que se referisse a Natasha como uma covarde. Django morreu sufocado pelo segredo, mas não foi por falta de tentativas, ele tentou milhares de vezes contar a verdade, mas sempre era barrado por Wanda e sua frieza em relação à ruiva.
Kate assistiu de longe Wanda se tornar uma das musicistas mais bem prestigiadas desde que saiu em turnê com Uto Ugh em seu primeiro ano de faculdade. Assistiu a todos os programas de TV em que fora entrevistada, aplaudiu de pé seus concertos em New Orleans e alguns que conseguiu assistir em New York. Quase saltitou de felicidade quando foi convidada para ser regente da filarmônica de New York e saiu em turnê própria. O nome de Wanda esteve em todos os lugares, como a nova revelação da música clássica, a violinista de ouro, a garota das rapsódias instigantes e misteriosas.
Quando Wanda decidiu comprar a casa em que ela e Natasha tiveram a primeira vez, Kate teve a plena certeza de que ela nunca havia superado sua amiga, e por mais que negasse o fato, a parede vermelha ainda estava lá.
E ela não tocava mais piano, ao menos não até se tornar professora.
Pode-se dizer que a Wanda Maximoff sonhadora deu lugar à Wanda violinista. Era como assistir a um robô projetado apenas para tocar e agradar o público. Seu sorriso não era mais espontâneo, seus olhos não tinham mais brilho e ela afastava qualquer coisa que viesse a se tornar um laço forte.
E então ela caiu. Quando Django faleceu, Wanda desarmou todas as barreiras e deixou-se cair novamente. E lá estava a Wanda de dezesseis anos sendo forte pela família e abandonando tudo pelo bem de Magda e Sofia. Kate assistiu a tudo isso dessa vez, sofreu internamente sabendo que a historia poderia ter uma diferença se o passado não tivesse tomado rumos diferentes, Carol também sofreu; assim como Diana e... Natasha.
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The Red Bow - Wantasha
FanfictionADAPTAÇÃO DE FANFIC Quem quiser ver a original, é a única história que tá na minha lista de leitura. Quando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem sab...