Primeiros encontros. Nunca sabemos se o primeiro encontro vai durar uma hora, meses ou anos talvez. Quem sabe a vida toda? Nunca se sabe com quem vamos nos encontrar de verdade, então quais são as expectativas? No primeiro encontro nos disfarçamos e usamos algum tipo de máscara, mas, é como dizem, o tempo sempre apresenta o que temos por dentro.
De uma forma ou de outra.
Os primeiros raios de sol invadiam a fresta da janela do quarto de Wanda deixando o cômodo pouco iluminado. Ainda era possível ouvir a fina chuva do lado de fora e uma extrovertida conversa entre os Maximoff no andar de baixo. O cheiro da mistura de terra molhada e chocolate quente tinham despertado Natasha de seu sono leve fazendo-a apertar os olhos quando recebeu a claridade que vinha da janela diretamente no rosto; logo seus olhos encontraram uma figura deitada ao seu lado que a ruiva duvidou ser humana devido à perfeição a qual se igualava. Wanda tinha um abraço em baixo do travesseiro e o outro pendia na cama, sua respiração proporcionava à ruiva certa paz concentrada logo no lado esquerdo do peito. A lembrança da noite passada ainda queimava como brasa em seu cérebro projetando um pequeno sorriso ao acariciar levemente a pele bronzeada do rosto de Wanda.
Elas haviam se beijado. Wanda deu dado o primeiro passo e isso a deixava ainda mais feliz, a batalha travada em seu peito entre beijar ou não uma garota tinha finalmente sido apartada quando os lábios urgentes da garota alcançaram os seus clareando sua mente por completo. O coração da ruiva acelerou mais uma vez ao se lembrar da sensação de ser beijada por Wanda e por um segundo desejou poder fazer isso outra vez.
Natasha olhou o relógio na cabeceira da cama e agradeceu a Deus que ainda fosse cedo demais para a faculdade, assim pode levantar-se cuidadosamente para não acordar Wanda e caminhar sem pressa até o banheiro para a higiene. Seus pensamentos ainda giravam em torno do beijo e do que aconteceria dali em diante com as duas, ela havia se dado conta de que estava disposta a se jogar de cabeça no que estavam construindo, mas ainda sim Wanda tinha seus medos e Natasha temia o momento em que a tal conversa chegasse.
Ela não sabia o que esperar.
Assim que saiu do banheiro, desligou a luz do quarto outra vez analisando a respiração calma da garota ainda deitada na mesma posição na cama. Natasha começou a caminhar lentamente pelo quarto analisando cada detalhe, desde o enfeite de bolinhas na cômoda até o violão esquecido no chão ao lado da cama por ela noite passada, assim como a toalha que devia ter servido para enxugar seus cabelos, mas que acabaram tendo que fazer isso por si só. Os olhos verdes localizaram a caixinha de música e rapidamente o concerto do Central Park se fez presente nas lembranças da jovem. Natasha abriu a caixinha e fechou os olhos contemplando o som suave que tanto lhe agradava na infância, lançou um olhar rápido para Wanda checando se não a tinha acordado e deixou a caixinha em cima da cômoda outra vez mudando para um pequeno rádio com um pen drive; ela abaixou o som e deu play deixando que a voz de Roberta Flack interpretando The first time ever I saw your face, sendo a música que Natasha tocara naquela noite fria no apartamento de Sharon quando estava sentada no alto do prédio, fosse sua trilha sonora particular quando voltou à cama apenas para contemplar o sono de Wanda.
Wanda franziu o cenho ainda de olhos fechados e bocejou preguiçosamente arrancando um riso de admiração da ruiva deitada de frente a ela. Quando finalmente abriu os olhos de forma manhosa, foi preciso alguns segundos até se dar conta de que alguém zelava por seu sono com ternura escorrendo pelos olhos verdes cintilantes. A garota sabia que tinha corado furiosamente assim que seus olhos se cruzaram, elas agora apenas se encaravam absorvendo uma a outra.
– O que está olhando? – Wanda perguntou com a voz falha, quase nula.
Natasha sorriu apaixonada e tocou o nariz da garota com a ponta do dedo indicador antes de responder:
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The Red Bow - Wantasha
FanfictionADAPTAÇÃO DE FANFIC Quem quiser ver a original, é a única história que tá na minha lista de leitura. Quando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem sab...