2/2, até amanhã!
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10 de Agosto de 2021. - New York City, NY.
Uma vez, quando pequena, Natasha caiu de patins em frente á casa de seus pais. Seu joelho esquerdo recebeu 8 pontos e seu braço direito foi enfaixado por um médico de meia idade que sorria acolhedoramente para a pequena menina de olhos verdes. Uma das enfermeiras lhe ofereceu um pirulito antes do processo e garantiu que receberia apenas uma picadinha de pernilongo no ombro. Natasha confiou nos olhos bondosos da mulher e nas palavras cheias de segurança, e para sua surpresa, não doeu. Enquanto enfaixava o ombro da pequena garota, o médico de meia idade dizia coisas do tipo: Você é uma grande menina e muito corajosa. Um dia, quando você crescer, vai ser a mulher mais corajosa do mundo.
Natasha também acreditou nele.
E, novamente para sua surpresa, ele estava errado.
O dia se arrastava relativamente lento naquele apartamento que mais lhe trazia fobia do que a sensação de estar em casa. Algo incomodava Natasha desde que acordara pela manhã com o despertador irritante de Bruce anunciando o começo de um dia péssimo. O advogado tinha um julgamento naquele dia e seus nervos estavam á flor da pele, por isso decidiu correr logo cedo ao escritório e repassar o caso trancado em sua sala. Natasha preparou o café e ambos leram o jornal na bancada da cozinha até o relógio marcar nove e quarenta da manhã. Bruce se despediu da noiva com um beijo estalado e pediu que ela não o esperasse á noite, pois não tinha hora para o término do julgamento. Meia hora depois, quando o apartamento finalmente parecia mais leve, livre da sensação de culpa que rondava a morena, a figura pequena de um garoto de cabelos desgrenhados e uma carinha de sono apareceu na sala com os pés descalços. Ethan correu até o sofá e se aninhou aos braços da mãe enquanto os dois assistiam Bob Esponja apenas de pijamas.
E Natasha amava momentos como esse com seu filho. Ethan havia se tornado tudo em sua vida desde que deixava os Estados Unidos pela primeira vez. Ela sabia que daria sua vida e moveria montanhas pelo garoto, o amor que crescia cada dia mais dentro de si já não cabia mais em seu peito. Ethan era tudo para ela. Seu sorriso doce e infantil, seus olhos esmeralda com grandes cílios. Ah, e Natasha amava os cachos do filho, lembrava os seus de quando ainda era pequena.
Algumas horas depois, Natasha correu com Ethan até o banheiro e os dois tomaram um longo banho quente onde brincaram na banheira de jogar espuma um no outro e almoçaram sozinhos no tapete da sala já que era folga da governanta e Bruce e Agatha não estavam em casa. Ás vezes Natasha apenas queria sentir-se criança outra vez, e nada melhor que aproveitar esses momentos com seu pequeno.
A paz da manhã foi totalmente quebrada quando Agatha chegou em casa depois de passar a madrugada na boate administrando uma festa. Ela não estava bêbada, mas tinha os olhos assassinos para a cunhada que estava assistindo ao Discovery Channel enquanto Ethan tirava sua soneca da tarde.
- Onde está todo mundo? – a mulher perguntou quando analisou o silêncio do apartamento.
- Bruce está na audiência, Lola de folga e Ethan dormindo. – Natasha informou sem tirar os olhos da TV.
Agatha estreitou os olhos para Natasha e caminhou até o sofá sentando-se de frente para a ruiva. Natasha não se importou com o movimento da cunhada, muito menos quando ela tirou a jaqueta de camurça que usava e a jogou no tapete da sala.
- Eu vou perguntar só uma vez. – a voz de Agatha saiu mais séria que o normal e Natasha a olhou surpresa. – Quem é Wanda Maximoff?
O choque percorreu o sangue da ruiva e atingiu em cheio sua sanidade. Ok, sua cunhada a estava questionando sobre Wanda, e pelo seu tom de voz não era sobre um possível interesse amoroso na mulher. Controlando suas emoções para não esboçar nenhuma emoção que entregasse seu desespero, Natasha voltou os olhos para a TV e deu de ombros.
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The Red Bow - Wantasha
Fiksi PenggemarADAPTAÇÃO DE FANFIC Quem quiser ver a original, é a única história que tá na minha lista de leitura. Quando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem sab...