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Os carros formaram uma fila única na rua estreita onde era localizado o salão de festas em que ocorria a festa de casamento de Kate naquela noite. Uma ruiva de olhos verdes era o motivo do congestionamento, seu corpo a mantinha paralisada no meio da rua com uma expressão que variava entre o choque e conflitos sentimentais, e seu coração batia descontroladamente na mesma velocidade em que o táxi arrancara poucos minutos antes com um pedaço de seu passado.
É assim mesmo que acontece, você está vivendo sua vida normalmente e as chances do seu passado bater a sua porta são mais altas do que gostaríamos de imaginar. O coração de Natasha batia tão forte que ela teve certeza de que poderia parar a qualquer momento ou escapar por sua boca aberta pela afobação. Há tempos que não se sentia tão invadida como naquele momento, com suas células trabalhando fervorosamente, suas mãos suando frio e tremendo, e sua atenção só foi despertada, quando ouviu mais algumas buzinas insistentes e uma voz masculina xingar.
A ruiva virou-se assustada para a quantidade de faróis em luz alta que a cegaram e recuou para a calçada liberando, finalmente, a rua.
- Que porra foi essa? - Kate abriu a porta do salão com uma carranca enorme, sendo seguida por Carol e Diana. Ela tinha uma espátula de bolo nas mãos e um olhar assassino. - Você fez a merda de uma declaração pra Maximoff no meu casamento? E ainda teve o mico daquela transtornada sair correndo e você atrás! O que é isso? Filme da Disney?
Natasha deu alguns passos para trás perdendo-se entre as palavras de Kate. Sua cabeça girava em torno de uma Wanda muito mais linda do que se recordava, com mais corpo e feições maduras.
- Como você tem coragem de convidar a nós duas e não me avisar? - rosnou enfurecida pelo fato de ter sido tudo culpa de sua amiga. - Você sabia que nos encontraríamos, que merda Kate...!
- Natasha? - Carol chamou, e só então a ruiva lembrou-se de que o casal também estava lá. - Deus, você voltou!
Carol não deu tempo para a ruiva responder, logo se jogou em seus braços em um abraço cheio de saudade e as lágrimas não foram impedidas. Querendo ou não, ambas eram amigas desde que se recordam como gente, e ver Natasha partir a seis anos atrás não havia sido uma tarefa fácil para Carol. Desde então, elas conversavam por Skype e mensagens, mas Natasha sempre a privava de informações sobre sua vida pessoal, assim como privava Yelena, sua própria irmã.
- Você não mudou nada, Carol. - sorriu emocionada ao separar-se da amiga para medi-la de cima a baixo. - Exceto por esse anel em seu dedo esquerdo. – observou. O sorriso de Carol cresceu e ela deu espaço para uma Diana mais acatada que lançou um aceno de cabeça a ela.
Apesar da amizade que desenvolveram quando se conheceram, Diana era a única entre Kate e Carol que não conhecia Natasha tão bem, e talvez esse tenha sido um dos motivos que a deixou apreensiva em relação à ruiva. Para Diana, a atitude de Natasha era errada, por mais que tenha sido com boas intenções. Sempre há outra saída, e Natasha não deu a opção de ser procurada para Wanda, ela tomou uma decisão sem o conhecimento da namorada, simplesmente a deixando.
- Fico feliz por vocês, Diana. - Natasha sorriu sem graça. Por mais que sua vontade fosse de abraça-la ali mesmo, sabia que não poderia ultrapassar os limites da mulher.
Kate bufou e apontou o dedo indicador ameaçadoramente para Natasha, mas a porta do salão foi novamente aberta revelando Yelena totalmente enfurecida. A Romanoff caçula partiu para cima da irmã a enchendo de tapas e palavras de baixo calão que assustaram Carol e Diana.
- Sua maldita, desgraçada! Eu confiei em você e o que recebi em troca? - gritou socando novamente o peito de Natasha. - Uma irmã desaparecida que nunca tem tempo para conversar comigo! Sabe o que me fez sentir todos esses anos? Tem noção de como foi ver Adam crescer sem a tia? Sem ter minha irmã por perto?
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The Red Bow - Wantasha
FanfictionADAPTAÇÃO DE FANFIC Quem quiser ver a original, é a única história que tá na minha lista de leitura. Quando se é jovem geramos expectativas e sonhos muitas vezes maiores que nós mesmos, o amor é o extremo do perfeito e canta a melodia mesmo sem sab...