17. Cold coffe

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Normalmente eu não posto no fim de semana, mas eu tenho 2 capítulos prontos e vou postar um amanhã (sábado) e um no domingo. É isso, boa leitura.

31 de Dezembro de 2014. - Primeiro ano da faculdade.

Wanda sentia falta de estar sentada naquele banco observando o movimento da cidade pela janela da sala de aula. Era um costume sentar com seu violino em aulas vagas e criar diferentes situações em sua mente referente ao fluxo de pessoas que aglomeravam a faixa de pedestres da Avenida. Em algumas vezes ela desejava ter algum tipo de poder telepático para ler a mente de cada um daqueles seres apressados, decifrar cada história que se encontrava em meio a tantas outras naquela esquina; quantos maridos traídos, esposas solitárias, amantes aflitos, corações partidos... E ainda sim, no terceiro andar do prédio de Juilliard, se encontrava mais uma história com inicio, meio e fim, mas que no momento se encontrava no meio de uma extrema felicidade.

- Vejam se não é a Sra. Romanoff. – uma voz sarcástica invadiu o silêncio da sala. Era Carol. – Garota, estão todos falando sobre o beijo de ontem à noite. – a mais nova virou-se com um sorriso doce ao lembrar-se do acontecido, Natasha tinha provado seu amor de uma forma surpreendente. Carol tinha um sorriso sacana nos lábios. - Não deixe Diana ouvir isso, mas vocês são o casal mais lindo desse lugar. – sussurrou fazendo Wanda rir e levantar-se para guardar o violino na case.

- Natasha não para de me surpreender, Carol. – respirou encaminhando-se para fora da sala com a amiga. – Ela me beijou na frente de trinta pessoas e ainda segurou minha mão na entrada de Juilliard... Por favor, espero não estar sonhando.

As duas riram e notaram quando um pequeno grupo de garotas do curso de teatro que estavam próximas ao bebedouro seguiram Wanda com o olhar e começaram a cochichar, mas ela pouco se importou, sabia que a maioria desejava a estagiária de Columbia, mas agora também sabiam que ela já tinha dona.

- Nunca imaginei ver você toda apaixonada, Wan. – Carol abraçou os livros contra o peito e olhou feio para um garoto que encarava Wanda. – Sharon tinha certeza de que Natasha estava na dela e agora a garota está lá no auditório resmungando a todo instante sobre as pessoas não saberem escolher hoje em dia. – balançou a cabeça divertida com a lembrança. – Mas eu fico realmente feliz por vocês, é uma surpresa ver Natasha enfrentar os próprios medos para ficar com você, isso é fofo e gay ao mesmo tempo.

E por falar em medo, elas viajariam ainda aquela semana à Miami afim de Wanda finalmente conhecer a família Romanoff. Natasha tinha deixado claro que se portariam como amigas, que não estava preparada ainda para assumir o namoro aos pais que, segundo ela, eram religiosos e rigorosos. Parte de Wanda se encontrava transbordando em ansiedade por conhecer seus sogros e cunhados, mas também havia aquele medo martelando sua cabeça com várias imagens se formando sobre como seriam os pais da ruiva.

Chegaram ao auditório onde seriam as apresentações que o Sr. Davis tinha deixado marcado com os alunos antes do inicio das férias e, é claro que Wanda não deixaria que esse dia em especial passasse em branco sem prestar uma homenagem à rainha do jazz.

- Eu vou à Miami nesse final de semana com vocês. – comentou como quem não quer nada observando Carol tropeçar nos pés de Dino e cair sentada na poltrona da última fileira. – Não faça essa cara, eu já estou nervosa o suficiente. Obrigada.

- Natasha vai assumir aos pais?

- Não! É claro que não, Carol. – aproximou-se o suficiente para que os curiosos de plantão não ouvissem a conversa. – Ao que parece, Yelena quer me conhecer e Natasha quer aproveitar a oportunidade de me apresentar aos pais, mesmo que como amiga.

Carol encolheu os ombros e Wanda soube no mesmo instante que não era por um bom motivo. Carol e Natasha tinha crescido juntas e ela, melhor que ninguém, com toda a certeza do mundo conhecia os Romanoff o suficiente para temer por sua amiga. Eles não eram pessoas más, só não eram... Amorosos. O assunto morreu quando o professor apareceu cumprimentando os alunos e fazendo piadinhas – sem graça alguma -, sobre o natal.

The Red Bow - Wantasha Onde histórias criam vida. Descubra agora