Ciúmes.

O capeta

Era o intervalo, e o corredor estava cheio de alunos trocando de sala. Eu estava organizando meus cadernos em frente ao armário, tentando se concentrar na próxima aula, quando ouço a voz de Richard de  longe, vindo em minha direção.

– Ei, Duda! – ele disse, com aquele tom casual, mas que sempre me deixava desconfortável.

Eu olho  por cima do ombro, vendo Richard se aproximar com um sorriso meio debochado no rosto, cercado por alguns amigos que também riam baixo. tento ignorar e focar no que estava fazendo, mas ele parou bem ao meu lado, encostando no armário ao lado.

– Tá me evitando agora? – Ele disse, rindo levemente. – Desde o 7º ano, né? Sempre tentando fugir de mim... ou será que é o contrário?

Eu respiro fundo, sentindo o olhar dele sobre mim, e se viro lentamente, tentando manter a calma.

– O que você quer, Richard? – Eu disse, tentando soar indiferente, mas ele percebeu a tensão em sua voz.

– Só estou brincando, relaxa! – Ele disse, levantando as mãos em um gesto de "inocente". – Mas, fala aí, lembra quando você vivia corando toda vez que eu passava por você?

Alguns alunos que passavam pelo corredor olharam de canto, sentindo o tom de provocação na voz dele.

Eu senti meu rosto esquentar. Eu odiava esse tipo de atenção, ainda mais quando todos pareciam estar ouvindo.

– Não faz tanto tempo assim – ele continuou, com um sorriso malicioso. – Aposto que ainda guarda umas fotos minhas no celular, né?

reviro os olhos, tentando parecer desinteressada. – Nossa, Richard, que ego. Acha mesmo que eu fico pensando em você?

– Sei lá – Ele deu de ombros, fingindo inocência. – Eu sou meio difícil de esquecer, né?

Os amigos dele riram baixo, mas não de maneira exagerada. Era mais uma brincadeira que só Richard achava engraçada. Eu, sem querer prolongar a situação, fecho o armário com força e começo a sair, tentando ignorar o olhar dele.

– Tô só brincando, Duda! Não fica assim – Ele gritou, enquanto ela se afastava, fazendo alguns alunos olharem. – Não é minha culpa se você não resiste a esse charme todo!

Eu aperto os livros contra o peito, tentando não deixar transparecer que aquelas palavras me incomodavam. Eu sabia que era só mais uma provocação tola, mas, mesmo assim, o jeito com que ele falava, na frente de todo mundo, me fazia querer desaparecer

Banheiro

Eu respiro fundo, tentando controlar as lágrimas.

– eu não posso simplesmente deixar passar, Larissa –  murmuro, limpando o rosto. – Ele não só me humilhou, ele riu de mim na frente de todos!

– Justamente por isso ele merece uma lição, amiga! Não estou dizendo que você precisa ser cruel, mas chegou a hora de mostrar que ele não pode sair impune dessa.

– O que você tem em mente?

Larissa sorri de um jeito misterioso, me puxando para mais perto.

– Vamos virar o jogo. Ele acha que você ainda está presa nele, certo? Vamos deixar ele achar isso por um tempo, mas ao mesmo tempo vamos mostrar que você está por cima. Quero que ele se envergonhe tanto que nunca mais abra a boca pra falar sobre você.

Eu fico hesitante, mas o que tem a perder? Richard já a expôs de uma forma tão cruel que nada poderia ser pior. Ou será que poderia?
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Então amores? Gostaram? Comentem para mais capítulos e curtam!