Paris!

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Zenitsu online: 

   Sete anos em Paris. Vivendo nessa cidade cheia de arte, luzes e croissants. Quando cheguei aqui, parecia que eu estava entrando em um filme. No começo, foi uma loucura. As luzes, as pessoas, os monumentos... Tudo parecia um sonho. Mas logo percebi que a parte mais difícil seria o francês. Tive que aprender na marra. Era ouvir as aulas e tentar absorver alguma coisa, mas no início eu não entendia quase nada. 

   A verdade é que me virei como pude. Fui forçado a aprender rápido. Não dava pra viver aqui sem falar a língua, então tropecei bastante até conseguir me comunicar de verdade. Ainda cometo uns erros, mas agora já consigo participar de conversas sem parecer completamente perdido. De qualquer forma, essa parte foi um baita desafio.

   Me inscrevi em todas as aulas que me interessavam, e, pra variar, acabei me metendo até nas aulas de culinária. Sim, eu tentando cozinhar. Imagine o desastre. Queimei uns três pratos logo de cara e fiz uma bagunça inacreditável, mas os amigos que fiz aqui achavam tudo muito engraçado. Mesmo assim, até que peguei o jeito de algumas receitas.

   E as aulas de arte? Nossa, essas foram especiais. Paris tem uma atmosfera que inspira, sabe? Você não precisa ser artista pra ficar impressionado com as paisagens, com os monumentos, com as cores do céu. Sempre penso em como a May iria amar isso aqui. As cores, as formas... tudo. Se ela estivesse comigo, cada cantinho da cidade seria um desenho incrível. As mensagens que trocamos são raras por causa das nossas rotinas malucas, mas cada uma delas me lembra o quanto eu sinto falta dela.

   Ah, e o lance dos chapéus... A galera realmente usa boinas, sim! No começo eu achava que era só clichê, coisa de filme, mas acabei me rendendo e comprei uma pra mim. Foi só eu usar uma vez que minha mãe ela quase me obrigou a usar toda vez que a gente saía junto. Eu rio só de lembrar o quanto ela ficou empolgada com isso.

  Sete anos por aqui e posso dizer que Paris me transformou de várias formas. Aprendi a apreciar o ritmo da cidade, a me perder nas ruas, a gostar de pequenas coisas como um café com croissant olhando o movimento das pessoas. Mas, mesmo com todo esse tempo, ainda sinto que tem muita coisa que deixei pra trás.

   Hoje, no fim da tarde, enquanto caminhava pelo Sena, com as luzes da cidade começando a brilhar, percebi o quanto tudo isso me moldou. Paris me deu muito, mas também me mostrou o valor das coisas simples e dos laços que nunca se quebram, não importa a distância. Talvez a maior lição desses sete anos seja justamente essa: aprender a sentir saudade, mas continuar seguindo em frente.

   Quando cheguei em casa, estava prestes a subir para o meu quarto, mas ouvi meu pai conversando com a minha mãe na cozinha. Eles falavam sobre como tudo tinha dado certo aqui na França com a empresa, e que agora já podiam voltar para os EUA tranquilos. Meu coração quase pulou de tanta animação. Eu só faltava explodir de alegria, mas tive que manter a calma e não deixar transparecer que eu já sabia de algo.

No jantar, estava todo sorridente e alegre, mas minha ansiedade era difícil de esconder. Eu só estava esperando meus pais darem a notícia.

May Online: 

   Tá, era pra ser uma noite tranquila, mas claro que não foi bem assim. Eu tava no meu quarto, jogando Minecraft com a Ana, o Tomioka e o Sabito no PC. A Ana gritava desesperada porque um zumbi tava quase pegando a gente enquanto ela tentava construir uma ponte de madeira.

Ana: May, dá um jeito nesse zumbi, pelo amor! — ela gritava, enquanto eu tentava, mas com o Sabito rindo de tudo e o Tomioka... bem, dessa vez ele tava mais falante do que o normal, o que era bem engraçado de ver.

Tomioka: Vocês tão fazendo tudo errado -comentou, cheio de razão, enquanto nos observava do alto de uma torre que ele construiu rapidinho.

May: Ah é? E o que a gente devia fazer, senhor estrategista? -perguntei, rindo e já esperando alguma solução mirabolante.

Tomioka: Bom, primeiro, você devia ter pegado madeira de carvalho, e não essa madeira fraca que o zumbi quebra fácil. Aí constrói a ponte pelo lado esquerdo, enquanto eu distraio os mobs. Fácil. — ele respondeu, com uma tranquilidade absurda.

Sabito: Beleza, general! Vamos seguir o plano do mestre dos mares Giyu-san! —  disse, rindo, mas já se preparando pra quebrar mais uns blocos só pra atrapalhar, como sempre.

Enquanto a gente se matava no jogo, do outro lado da casa, a Yuki tava no quarto dela jogando Banco Imobiliário com a Hori. A cada cinco minutos, dava pra ouvir uns gritos da Hori.

Hori: Não acredito, Yuki! De novo? — ela reclamava, toda indignada. A Yuki, por outro lado, tava na maior paz, contando o dinheiro do hotel que a Hori tinha acabado de cair.

Yuki: Hori, eu já disse, você tem que prestar mais atenção! — a Yuki falava, toda calma, mas claramente se divertindo. Ela dominava o tabuleiro, enquanto a Hori tava a um passo de falir de novo.

Eu ri sozinha, imaginando a cara da Hori. Jogar com a Yuki? Era praticamente impossível ganhar dela.

Hori: Yuki, sério, me dá um desconto dessa vez — ouvi a Hori pedir, quase implorando.

Yuki: Negócios são negócios, Hori. Nada de desconto! — a respondeu, rindo.

   Voltei pro meu jogo, mas ainda dava pra escutar a bagunça no outro quarto, enquanto a Ana continuava gritando por ajuda na ponte, o Sabito sabotava tudo, e o Tomioka... bom, ele até que tava tentando botar ordem.

Tomioka: May, cê tem que ser mais rápida. Cuidado com o lado direito agora — avisou, concentrado.

Eu ri, tentando acompanhar as instruções, mas era difícil com o Sabito atrapalhando o tempo todo.

May: Você fala como se fosse fácil! — brinquei, enquanto tentava salvar o que restava da nossa base.

A verdade é que essas noites eram as melhores. Mesmo cada um num quarto, era como se todo mundo estivesse junto. E, no fundo, eu adorava essa bagunça! Estávamos no meio de outra guerra de zumbis quando ouvi minha mãe chamando da porta:

Agnes: May, já tá tarde! Hora de desligar e ir dormir.

  Revirei os olhos, porque, claro, eu queria jogar mais. Mas, né, eu sabia que o sermão viria se eu continuasse. Coloquei o fone de lado por um segundo e gritei de volta:

May: Tá bom, mãe, só mais cinco minutos!

Sabito, que tava do outro lado da call, não perdeu a chance de zoar:

— Cinco minutos, May? Aham, sei.

May: Cala a boca, Sabito! — respondi, rindo, mas já sabendo que ele tinha razão. Cinco minutos no Minecraft sempre viram uma hora fácil.

  Olhei para o relógio no canto da tela e percebi que realmente já era 23:51. Suspirei, sabendo que ia ter que encerrar a noite.

May: Galera, vou ter que sair. Minha mãe já tá mandando eu dormir — anunciei com certa tristeza na voz.

Ana deu um grito do outro lado:

Ana: Nãooo, justo agora que a gente tava começando a dar conta dos zumbis!

Tomioka, sempre o prático, apenas disse:

Giyu: Boa noite, May. Até amanhã.

Sabito: Vai arregar Ma? -riu. Boa noite!

Desliguei o PC e sai da chamada.

ENTRE SORRISOS E AVENTURAS - Fontes Da Minha CabeçaOnde histórias criam vida. Descubra agora