Se anima!

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Yuki online:

   Era sábado, duas semanas depois da morte do nosso pai, e as coisas ainda estavam pesadas. Tanto eu quanto a May estávamos tentando lidar com isso, cada uma do seu jeito. Eu tinha combinado de sair com o Genya pra ver o parque novo que abriu na cidade, mas minha cabeça tava em outro lugar.

Precisava de uma distração, qualquer coisa pra não pensar tanto na ausência dele... e no Inosuke também, que ultimamente só falava com a Aoi, como se eu não existisse mais.

Antes de sair, passei no quarto da May. Ela tava enfiada na cama, com a cara afundada no travesseiro. Bati na porta e chamei:

—  May, vamos comigo e o Genya? A gente podia sair um pouco, clarear a cabeça. Não dá pra viver só assim enfornada no quarto se afogando nas lágrimas!

Ela mal se mexeu.

May: Não quero, Yuki... Vai lá com o Genya, aproveita... eu fico aqui.

Eu sabia que a May precisava do tempo dela pra processar tudo o que tinha acontecido, mas doía vê-la tão triste.

Yuki: Tá bom, mana, mas qualquer coisa, me chama, tá?

Ela só murmurou um "uhum", e eu saí.

Encontrei o Genya na entrada do parque. Ele parecia meio sem graça, mexendo no celular, mas quando me viu, guardou o aparelho e sorriu, tímido.

Genya: Oi, Yuki. Pronta?

Yuki: Pronta...—respondi, tentando esconder o peso que ainda tava no meu peito.

A gente começou a andar pelo parque. Era bonito, cheio de árvores e trilhas, mas minha cabeça tava longe. Depois de um tempo, não consegui mais segurar.

Yuki: Genya... você já se sentiu, tipo, ignorado por alguém que era importante pra você? -perguntei, minha voz saindo mais fraca do que eu queria.

Ele olhou pra mim, surpreso pela pergunta, mas respondeu sem demora.

Genya: Já... algumas vezes. [Pensamentos: várias vezes né? Sanemi! E você mesma Yuki!]

Yuki: É que... o Inosuke nem me olha mais. Ele só fala com a Aoi, e eu me sinto... sei lá, esquecida. E com tudo que aconteceu com meu pai, isso só parece pior.

Genya parou de andar e me encarou, sério.

Genya: Yuki, se ele tá te tratando assim, ele não te merece. E quanto ao seu pai... eu sei que é difícil, mas ele não ia querer te ver assim, sofrendo. Às vezes, é preciso deixar certas coisas irem, mesmo que doa.

Eu sabia que ele tava certo, mas aquilo era mais fácil de falar do que de fazer. Mesmo assim, suas palavras me deram um pouco de conforto. A gente chegou numa parte mais tranquila do parque, um canto silencioso com bancos e árvores. De repente, sem pensar muito, eu o abracei. Só queria um momento de conforto, e o Genya tava ali, disposto a me ouvir.

Ele ficou todo vermelho e meio travado.

Genya:Y-Yuki... pode me soltar? -pediu, morrendo de vergonha.

Eu ri e o soltei.

Yuki: Desculpa, Genya. Só precisava de um abraço.

Ele sorriu, ainda envergonhado, mas respondeu:

Genya: Tá tudo bem... só tenta não me matar de vergonha da próxima vez, tá?!

Eu ri de novo. Aquele momento leve me ajudou a respirar melhor. Mesmo com a perda do meu pai, o Inosuke me ignorando e meu parceiro de confusões vulgo Zenitsu que foi embora aquele falso! Kkk. Pelo menos eu sabia que tinha pessoas como o Genya do meu lado.

Eu não consegui segurar o riso ao ver o Genya tão vermelho e envergonhado. Foi quando me lembrei de algo que ele costumava falar. "Ué Yuki, se continuar vermelha olhando pro Inosuke vai virar um tomate!"

Ele olhou pra mim, tentando disfarçar, mas o rosto dele parecia que ia explodir de tão corado.

Genya: A-Ah, isso era antes... eu só falava aquilo pra te irritar!

Yuki: Ah, claro, só pra me irritar! -eu brinquei, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha, cheia de suspeitas. Agora tá todo nervoso só por causa de um abraço.

Ele desviou o olhar, coçando a nuca, e murmurou:

Genya: Não é bem assim...

Eu ri de novo, mas dessa vez com um sentimento mais leve no peito. Era bom ter esses momentos com o Genya, mesmo com toda a bagunça na minha vida. Esses momentos melhoraram a tensão do tamanho das tristezas que eu guardava.

Depois de mais alguns minutos de caminhada pelo parque, o silêncio se instalou entre nós de um jeito confortável. A leve brisa movia as folhas das árvores e, por um momento, parecia que o mundo tinha ficado um pouco mais tranquilo.

Genya: Yuki... - ele começou, mas hesitou, como se estivesse escolhendo bem as palavras. - Você acha que... às vezes a gente se apega demais às pessoas que não tão nem aí pra gente?

Aquilo me pegou de surpresa. Olhei pra ele, que agora parecia mais sério, os olhos fixos nas folhas que caiam lentamente. A pergunta dele mexeu comigo. Será que eu tava me apegando demais ao Inosuke?

Yuki: Talvez... - respondi, depois de um tempo pensando. - Mas também é difícil desapegar. Mesmo quando a pessoa não te dá mais atenção... a gente ainda sente falta, né?

Ele assentiu, com um sorriso melancólico no rosto.

Genya: É... acho que é isso. A gente sente falta... mas também não pode ficar preso ao que não vai voltar. - Ele deu um suspiro pesado. - Às vezes, precisamos focar em quem tá aqui de verdade, que se importa com a gente.

Essas palavras ficaram ecoando na minha mente. Ele tinha razão. Eu precisava focar mais nas pessoas que estavam ao meu lado, como o Genya, que sempre me apoiava, ou até a própria May, que também precisava de mim. Tava na hora de parar de correr atrás de alguém que só me deixava pra trás. Acorda Yuki!

Yuki: Genya... - falei, me virando pra ele com um sorriso mais sincero. - Obrigada por sempre estar por perto. Eu sei que não é fácil me aguentar, ainda mais com tudo isso acontecendo.

Ele riu, claramente aliviado por ver meu humor um pouco melhor.

Genya: Você não é tão difícil de aguentar assim... quer dizer, só um pouquinho.

Eu revirei os olhos, rindo junto.

Yuki: Aah, vou lembrar disso da próxima vez que eu precisar de um favor seu.

Genya: Ei! Eu tô brincando, tá? Pode contar comigo sempre.

Aquele sentimento de gratidão me tomou por completo. Eu realmente tinha sorte de ter amigos como o Genya por perto...

Final do capítulo XVIII🕊️

Notas da autora: SCRR esse capítulo era necessário! #foraYuki kakaka

ENTRE SORRISOS E AVENTURAS - Fontes Da Minha CabeçaOnde histórias criam vida. Descubra agora