Madeleine Morgan
Pausei o “Massacre da Serra Elétrica” que rodava no notebook, qual eu já tinha decorado as falas, para que “Seven Rings” da Ariana ecoasse pelo quarto.
Analisei minha silhueta na lingerie preta uma última vez antes de passar o vestido caríssimo que ganhei de Suzanna pelos braços.
Ele tinha o foro em uma cor clara, meio bege e branca ao mesmo tempo, e se acentuava perfeitamente ao meu corpo. Pedras decoravam sua extensão e duas mangas finas da cor preta se amarravam em cima dos ombros.
Nos pés, vestia duas sandálias pretas com um saltinho médio, que combinavam com o vestido. Um laço da mesma cor que os saltos prendia duas mechas atrás do meu cabelo e para completar o look, usava uma bolsa de ombro, também preta, é claro.
Na quarta, ela me trouxe até em casa por conta da chuva, mesmo eu tendo insistido que pegaria um ônibus.
Viemos conversando coisas banais até chegarmos na portaria, interagir com ela era mais fácil do que pensei e mais confortável também.
Suzanna comentou o como está satisfeita com o trabalho que venho fazendo com Noah. Disse que se orgulha de mim, porque sou determinada o suficiente ao ponto de estudar e trabalhar ao mesmo tempo.
Me senti radiante como não vinha me sentindo há muito tempo. Não deveria depender da aprovação de qualquer outra pessoa para que me sentisse bem comigo mesma, porém, não consegui evitar.
Útil.
Útil.
Útil.Quarta mais tarde, Amaya me mandou uma mensagem alegando que tinha sido estúpida na hora do almoço e que sentia muito por isso. Não disse mais nada em relação a festa de Darian, mas ao invés disso me aliviar, me decepcionou, porque ela estava tratando o que dizia a respeito a mim com indiferença, mais uma vez. Era mais simples do que dar o braço a torcer e simplesmente perguntar sobre.
May não concordava que eu fosse, sabia disso.
E ela queria muito estar lá, sabia disso também.Eu a perdoei, é claro, mas meu coração não parou de repetir que nossa amizade estava “esfriando”, desde então. Nos tratamos normalmente pelo resto da semana, como sempre fazíamos, mas dentro de mim eu sabia que algo estava errado com nós duas.
Queria mandar foto do meu vestido novo a ela. Pedir se o cabelo estava bom e se a bolsa de fato combinava com o sapato. Mas também não iria atrás, já que ela não fazia questão alguma.
Não é como se eu precisasse da autorização dela para viver minha própria vida, assim como Amaya não precisava da minha e parecia saber disso mais do que bem. Eu apenas queria fazer parte da vida dela como ela fazia da minha, sempre.
Me senti magoada e isso é ridículo.
A algo na forma como eu frequentemente me moldava para encaixar nos padrões de Amaya e como ela não fazia questão nenhuma de caber nos meus.
Mas é sábado, tínhamos nos resolvido a pouco mais de dois dias e eu não estava nem um pouco afim de passar a noite toda pensando nela, ainda mais quando estava me sentindo tão bem comigo mesma e com meu emprego.
Talvez eu tenha sido orgulhosa demais quando decidi que iria à festa, apenas porque Amaya me disse para não faze-lô, era ridiculo querer me vingar por ter sido deixada de lado, tinha consciência disso, só não consegui evitar o gostinho de estar aonde ela desejava.
No entanto, pensando agora, já tinha tido tempo o suficiente para me odiar por tomar tal decisão precipitada. Aceitei o convite de Darian, mesmo conhecendo apenas a ele e a Alexander e mesmo com Charlotte me encarando como se eu fosse uma pilha de lixo.
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Dezessete dias para amar você
Roman d'amourAs coisas não começaram bem para Madeleine e Alex, quando ela o golpeou na cabeça com uma garrafa de vidro após achar que ele estava dando em cima da irmã mais nova dela. Com a vida regrada e cheia de responsabilidades, Madeleine Morgan jamais se pe...