Through His Lens • Miotela

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Ana Flávia estava sentada na ponta da cama, com o notebook aberto no colo, digitando furiosamente. O quarto, que minutos antes era um santuário de paz, agora parecia um campo de batalha silencioso. Ela mordia o lábio inferior com força, os dedos voando sobre o teclado enquanto tentava resolver um problema relacionado a um projeto importantíssimo.

Como modelo, ela precisava enviar o portfólio atualizado e um vídeo promocional para a equipe de criação de uma campanha de alto nível. Acontece que o e-mail recusava o envio do arquivo desde a noite passada, e cada tentativa frustrada só aumentava sua irritação.

— Não é possível... — ela resmungou, fechando e reabrindo a aba do e-mail pela milésima vez.

Gustavo, encostado na porta, observava tudo com aquele sorriso divertido no rosto. Ele adorava quando Ana ficava concentrada, mas amava ainda mais quando ela ficava bravinha daquele jeito. Era a desculpa perfeita para provocá-la.

— Precisa de ajuda? — ele perguntou, cruzando os braços e inclinando a cabeça.

— Não. Preciso que esse e-mail saia logo — ela respondeu, a voz carregada de frustração.

— Deixa eu adivinhar... O sistema tá conspirando contra você de novo? — ele provocou, caminhando até ela.

— Não é sistema! — Ana exclamou, soltando um suspiro exasperado. — É a internet, ou o servidor... Sei lá! E eu tenho que enviar isso AGORA!

Ele se sentou ao lado dela na cama, inclinando-se para espiar a tela.
— Hmm, parece sério. Quer que eu chame um técnico? Ou... talvez um beijo resolva?

Ana parou de digitar por um segundo e lançou um olhar afiado para ele.
— Gustavo, se você começar com essas piadinhas, juro que vou jogar esse notebook na sua cabeça.

Ele levou a mão ao peito, como se estivesse profundamente ofendido.
— Nossa, que agressiva! Eu só tô tentando ajudar...

— Ajudar? — Ela revirou os olhos, mas os cantos da boca ameaçaram se curvar em um sorriso. — Gustavo, você me deixa louca.

Ele se aproximou mais, o rosto dele tão perto que ela podia sentir o calor da respiração dele na pele.
— Eu deixo você louca de raiva... ou de Tesão?

Ela bufou, mas não resistiu quando ele beijou suavemente o canto de sua boca, depois o outro.
— Gustavo, por favor... Eu preciso terminar isso.

Ele ignorou, depositando um beijo lento no pescoço dela, arrancando um arrepio involuntário que a fez fechar os olhos por um segundo.

— Você precisa relaxar... — ele murmurou, beijando a curva entre o ombro e o pescoço.

— Gustavo, eu tô falando sério... — Ela tentou manter a compostura, mas sua voz soou fraca.

Ele se afastou um pouco, sorrindo com aquele jeito atrevido.
— Tá vendo? Eu sou muito eficiente. Dois beijos e você já tá mais calma.

Ana balançou a cabeça, mas acabou rindo, derrotada.
— Você é insuportável.

— Insuportável e irresistível, um combo completo. — Ele piscou para ela, arrancando mais uma risada involuntária.

Ela respirou fundo, tentando voltar a se concentrar no e-mail, mas ele a interrompeu de novo, puxando o notebook para o lado e tomando o colo dela.
— Vem cá. Esquece isso por um minuto.

— Gustavo! Eu preciso terminar! — Ana protestou, tentando pegar o computador de volta.

— Você precisa de um intervalo. — Ele a puxou para mais perto e começou a fazer cócegas na cintura dela.