28

32 5 2
                                    

No hotel, o quarto estava em silêncio, iluminado apenas pela luz suave que escapava pelas frestas das cortinas. Gustavo e Ana Flávia dormiam abraçados, seus corpos entrelaçados, como se o simples fato de estarem juntos fosse o alívio para toda a saudade acumulada.

Ana adormeceu primeiro, respirando suavemente no peito dele, enquanto Gustavo permanecia acordado, admirando-a. Cada detalhe dela parecia perfeito: os cílios longos, a curva suave dos lábios e o jeito sereno que tinha ao dormir. Ele passou os dedos levemente pelo cabelo dela, sem conseguir acreditar na sorte que tinha.

— Como é que eu dei tanta sorte? — ele sussurrou, sorrindo para si mesmo.

Por fim, o cansaço venceu e Gustavo também fechou os olhos. A partir daquele momento, os dois mergulharam no mesmo sonho.

No sonho, Gustavo e Ana Flávia estavam em uma praia deserta ao entardecer. As ondas beijavam suavemente a areia, e o céu estava pintado de laranja e rosa. Eles andavam de mãos dadas, os pés descalços afundando na areia quente.

— Olha isso, amor — Ana Flávia apontou para o horizonte, onde o sol começava a se pôr. — Perfeito, né?

— Não tanto quanto você — Gustavo respondeu, puxando-a para mais perto e beijando sua têmpora.

O clima entre eles era de uma leveza impossível de ser descrita. As risadas vinham fácil, o toque era natural, e tudo ao redor parecia conspirar para que aquele momento fosse eterno. De repente, uma música suave começou a tocar, e Gustavo puxou Ana Flávia para dançar na areia. Eles riam, se movendo desajeitadamente, mas sem se importar com nada além um do outro.

— Eu queria que a vida fosse sempre assim — Ana murmurou, a cabeça apoiada no ombro dele.

— E vai ser. A gente só precisa querer — Gustavo respondeu, seguro.

Enquanto eles dançavam, uma chuva leve começou a cair, mas em vez de correrem, riram ainda mais, se abraçando apertado, como se o mundo inteiro fosse deles e nada mais importasse.

Gustavo acordou primeiro, sorrindo com a lembrança do sonho. Ele passou o polegar pelo rosto de Ana Flávia, ainda adormecida ao seu lado, e a sensação de paz o envolveu completamente.

— Eu te amo, sabia? — ele sussurrou, como se ela pudesse ouvi-lo mesmo dormindo.

Depois de alguns minutos, ela se mexeu lentamente, abrindo os olhos preguiçosamente e encontrando o olhar apaixonado de Gustavo.

— Dormiu bem? — ele perguntou, com um sorriso preguiçoso.

— Eu sonhei com você — ela respondeu, com a voz ainda rouca de sono.

— Eu também sonhei com você. E sabe o mais louco? — ele continuou. — pareceu que Foi o mesmo sonho.

Ana o encarou, surpresa, e sorriu como se aquele detalhe fosse mais uma confirmação de que estavam destinados a ficar juntos.

Mais tarde, no set, enquanto Gustavo tirava fotos, Ana Flávia conversava com algumas modelos. Ela estava relaxada, mas de olho nele. Durante um momento de distração, uma modelo mais atrevida se aproximou dele.

— Gustavo, sabia que você é muito talentoso? E... muito bonito também — a mulher comentou, com um sorriso cheio de intenções.

Gustavo deu uma risada curta e respondeu sem perder a calma.
— Obrigado, mas eu tenho namorada.

A mulher deu de ombros.
— Isso não é problema pra mim.

Ana Flávia, que assistia à cena de longe, sentiu o sangue ferver. Sem pensar duas vezes, ela se aproximou. Antes que Gustavo pudesse dizer algo, Ana puxou-o pela camisa e plantou um beijo demorado nos lábios dele, sem se importar com quem estava assistindo.

Through His Lens • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora