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O estúdio estava iluminado com luzes suaves, criando sombras sutis que abraçavam cada detalhe da pele de Ana Flávia. Ela estava ali, com um vestido curto e brilhante, o tecido levemente transparente, revelando mais do que escondia. As botas de salto alto completavam o visual, deixando-a ainda mais irresistível. Gustavo, atrás da câmera, tentava manter o foco, mas era impossível. Cada movimento dela parecia feito para provocá-lo.

— Assim? — perguntou Ana, inclinando o corpo para frente, os longos cabelos caindo como uma cortina, enquanto lançava um olhar divertido para ele.

Gustavo ajustou a lente, engolindo em seco. A luz batia exatamente onde ele queria, mas a presença dela o desestabilizava. Cada piscada dela, cada mordidinha nos lábios dela era como um desafio. Ele precisava ser profissional. Era apenas uma sessão de fotos. Pelo menos, era o que ele tentava dizer para si mesmo.

— Perfeito. Só... fica mais um pouco assim — pediu ele, a voz rouca.

Ana sorriu, aquele sorriso cheio de intenções escondidas. E então, de surpresa, ela se aproximou, como um raio silencioso. Antes que ele pudesse clicar, sentiu o toque suave dos lábios dela no canto de sua boca.

— Ana... — ele sussurrou, com uma mistura de surpresa e desejo.

— O que foi? Não gostou? — Ela riu baixinho, os olhos brilhando de diversão.

Ele balançou a cabeça, tentando se concentrar, mas seu coração batia rápido. Ana sabia exatamente como brincar com ele, como puxar e soltar a corda na medida certa. E ele? Ele estava completamente perdido.

Ela voltou para o centro do estúdio e se deitou no chão, uma perna dobrada, a outra esticada, o vestido subindo perigosamente. Gustavo prendeu a respiração, o dedo no gatilho da câmera, mas a concentração escorrendo por entre seus dedos.

— Você tá me matando, sabia? — murmurou ele, enquanto clicava, tentando disfarçar o sorriso.

— Ah, eu só tô começando... — respondeu ela, ajeitando o cabelo como quem não quer nada, mas sabendo exatamente o que estava fazendo.

A cada nova pose, Ana Flávia se movia com a precisão de alguém que conhece o corpo e as fraquezas do outro. E a cada clique, ela se aproximava mais e mais de Gustavo.

Em um momento, ele foi tentar registrar o ângulo perfeito, e ela aproveitou para beijá-lo de novo — dessa vez direto nos lábios, suave, porém eletrizante. Gustavo mal teve tempo de reagir. Largou a câmera, que pendulou na alça em volta do pescoço, e a puxou pela cintura.

— Você não brinca, né? — sussurrou ele, com um sorriso perigoso.

— Só com você — ela respondeu, o olhar faiscando.

Ele a beijou dessa vez com firmeza, segurando-a pela nuca, como se quisesse gravar aquele momento para sempre, mais forte do que qualquer fotografia poderia registrar. Os corpos se encaixaram perfeitamente, e por alguns segundos o mundo deixou de existir. Era só ele, ela e aquela corrente elétrica que sempre surgia quando estavam juntos.

Ana riu entre o beijo, os dedos deslizando pelo cabelo dele. — E as fotos? Vai ficar sem o seu ensaio perfeito?

— Essas fotos já estão perfeitas... — murmurou Gustavo, beijando-a novamente, sem qualquer intenção de parar.

Depois de alguns minutos que pareceram uma eternidade deliciosa, Gustavo finalmente se afastou um pouco, o rosto ainda colado ao dela.

— Volta pra pose — ele pediu, a respiração pesada. — Só mais algumas... e depois a gente termina isso direito.

— Promete? — perguntou Ana, com um sorriso travesso.

— Prometo — respondeu ele, os olhos queimando de desejo.

Through His Lens • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora