31

29 4 5
                                    

O sol entrava pelas frestas da cortina do hotel em Londres, iluminando suavemente o rosto de Ana Flávia. Gustavo estava acordado, observando-a com um sorriso divertido enquanto passava os dedos por seus cabelos bagunçados. Ela ainda dormia tranquilamente, respirando de forma lenta e profunda.

Quando ela começou a se mexer, ele sussurrou:
— Bom dia, ciumentinha. Dormiu bem?

Ana Flávia abriu os olhos devagar, sem pressa, e lhe lançou um olhar preguiçoso.
— Bom dia... — Ela esfregou o rosto e, ainda deitada, o puxou para mais perto, abraçando-o como se fosse um travesseiro gigante. — Hoje é nosso último dia em Londres... não quero sair da cama.

Gustavo riu e acariciou suas costas.
— Eu também não. Mas você sabe que precisamos pegar o jatinho logo, né?

Ela suspirou, fingindo indignação.
— Eu deveria fazer você dormir no sofá por me tirar daqui tão cedo.

— Vai me ameaçar de novo, é? — ele provocou, beijando o topo de sua cabeça.

— Só se você continuar se achando o gostosão.

— Eu sou — ele retrucou com um sorriso travesso.

Ana Flávia sentou-se no colo dele de repente, cruzando os braços com um olhar desafiador.
— E agora? Não é tão fácil, né, Mioto?

Gustavo suspirou pesadamente, tentando não mostrar o quanto amava essa provocação dela.
— Isso é golpe baixo, Ana... Você sabe o que acontece quando senta assim.

Ela arqueou uma sobrancelha, segurando o riso.
— Acontece o quê?

— Você me derrota, toda vez.

Eles riram juntos, mas o momento logo foi interrompido por Ana, que se levantou preguiçosamente e caminhou até o banheiro. Gustavo ficou deitado por alguns minutos, aproveitando a sensação de calma antes do dia movimentado. Quando ela voltou, ele percebeu como ela caminhava lentamente pela cama na direção dele, como um gato brincalhão.

— O que você quer, hein? — ele perguntou, rindo da cena dela engatinhando sobre ele.

— Quero carinho... Faz carinho em mim, Gustavo.

Ela se aninhou ao lado dele, a cabeça em seu peito, e ele começou a passar os dedos levemente por seu cabelo e suas costas. Aos poucos, ela foi relaxando completamente, até que adormeceu novamente, entregue ao cansaço.

Mais tarde, já próximo do horário de embarque, Gustavo a pegou no colo com cuidado, tentando não acordá-la. Carregou-a até o carro enquanto um dos funcionários levava as malas para o veículo. Ela estava exausta, e ele se deliciava em cuidar dela nesses momentos.

Com ela ainda dormindo profundamente, ele a colocou no assento confortável do jatinho e afivelou o cinto ao redor de sua cintura. Quando ela finalmente acordou, piscando confusa, perguntou:
— Onde a gente tá?

— No jatinho — ele respondeu, sorrindo.

— Como assim? A gente não estava no hotel agora há pouco?

— Você estava dormindo tão gostoso que nem percebeu quando eu trouxe você até aqui.

Ela sorriu preguiçosamente.
— Ainda bem que você cuidou de tudo... Mal acredito que nem precisei carregar minhas malas.

— Você acha mesmo que eu ia deixar você fazer isso? — ele brincou. — É claro que não.

O voo passou rápido, com ambos aproveitando o conforto e a privacidade do jatinho. Ana Flávia cochilava de tempos em tempos, ainda grudada nele, e Gustavo aproveitava cada segundo daquele momento tranquilo. Quando pousaram em Nova York, ele a acordou com um beijo suave na testa.

Through His Lens • Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora