Segundas chances

Entre treinos e sentimentos

“E embora eu adorasse continuar aqui com você, o treino me chama.”

“Então é melhor eu dar o fora, minha treinadora não gosta nada de atrasos.”

“Já ouvi dizer que ela é bem rigorosa.”

“É mesmo”, brincou a jogadora.

Pri acompanhou Carol até a porta para se despedir. Agora, estavam frente a frente, mas nenhuma delas sabia muito bem como se comportar. Então Pri reuniu coragem e decidiu tomar a iniciativa, puxando sua jogadora para um abraço caloroso.

Um abraço que parecia certo para ambas. Carol descansou a cabeça no ombro de sua treinadora e conseguiu se deixar levar pela primeira vez em muito tempo, enquanto Pri acariciava gentilmente suas costas.

No momento em que se separaram com relutância, rapidamente voltaram a ter um contato visual intenso, seus rostos estavam a apenas milímetros de distância. No entanto, antes que pudesse haver um beijo entre elas, ambas deram um passo para trás.

“Bem, então... eh... nos vemos daqui a pouco na quadra.”

“Sim, até já!”

Carol mal tinha saído pela porta quando Pri colocou as mãos na cabeça e imediatamente se arrependeu de não ter tomado a iniciativa. A jogadora também parecia estar lutando consigo mesma, pois havia perdido a chance de se aproximar de sua treinadora. Ela estava irritada e desapontada consigo mesma por não ter tido coragem no momento decisivo. Mas a expectativa de ver Pri novamente logo trouxe um sorriso ao seu rosto.

Pouco tempo depois, a treinadora e a jogadora se encontraram na quadra, onde Carol já estava se aquecendo. Assim como na primeira sessão de treino, ela conseguia cativar Pri e criar uma atmosfera mágica na quadra.

“Oi, Carol!”, chamou a treinadora sua jogadora.

“Você já se aqueceu?”

“Sim, já me aqueci!”

“Então eu diria que vamos revisar seus pontos fracos hoje e corrigi-los.”

“Entendido, treinadora ”

Carol se concentrou em corrigir os erros e fraquezas que Pri havia apontado. A cada passagem, ela ganhava mais segurança e executou suas jogadas perfeitamente após algumas tentativas. Ela acertou todos os saques, os ataques e os bloqueios foram limpos, sem que sua presença em quadra fosse comprometida. A jogadora estava tão focada e determinada como há muito tempo não estava, e ela queria principalmente provar a Pri que, por um lado, ela ainda era uma competidora a ser considerada nas competições e que podia contar com ela a qualquer momento.

Pri estava treinando todo o time italiano, e Carol sabia que precisava dar o seu melhor para impressionar não só a treinadora, mas também suas companheiras de equipe.

“Muito bem! Eu sabia que você manda bem... mas você realmente entende rápido o que eu queria ver. Se você competir assim no próximo campeonato, um lugar no pódio não vai mais ser tirado de você!”

“O sucesso eu teria que agradecer apenas a você.”

“Bobagem! Carol, você é uma jogadora fantástica, se não a melhor com quem já trabalhei. Na verdade, eu não deveria te ensinar mais nada tecnicamente. O único ponto em que quero trabalhar com você é na sua força mental e um pouco na sua autoconfiança, e quando você tiver isso, todas as portas para o topo do mundo estarão abertas para você!”

“Obrigada, é bom ouvir que há alguém que acredita em mim.”

“Tente deixar o campeonato italiano para trás de uma vez por todas e no próximo jogo vamos atacar novamente... juntas!” O fato de que Pri contava com ela como jogadora e tinha uma alta opinião sobre ela era de grande importância para Carol.

“Certo, então... eh... terminamos por hoje. E mais uma vez, se você tiver perguntas ou precisar de alguém para conversar, estou aqui para você e agora pode ir.”

As meninas do time estavam indo bem e os jogos estavam se aproximando!

Pri ficou mais um pouco na quadra e parou por um momento antes de decidir sair rapidamente para almoçar, antes de voltar ao seu trabalho. Afinal, planos de treino não se fazem sozinhos. Com sua bolsa e casaco em mãos, ela saiu em direção ao restaurante e pediu o prato do dia, quando sua espera foi interrompida pelo toque do seu celular.