Sob o véu Santo.

Capítulo 6

Jungkook estava mergulhado em um sono profundo, de bruços sobre a cama, completamente alheio ao mundo ao seu redor.

A massagem de Jimin havia funcionado como um remédio para sua alma atormentada, e agora, ele parecia um templo de tranquilidade.

Jungkook começou a dormir às sete horas da manhã, agora são quase sete horas da noite.

Jimin observou o alfa por muitas horas, admirando o jeito como a luz suave da lua entrava pela janela, acariciando o rosto de Jungkook.

Ele se agachou ao lado da cama, permitindo que sua curiosidade tomasse conta. Com um toque suave, deslizou a ponta do dedo pela curvatura do nariz do alfa, um gesto leve e quase lúdico.

Era a primeira vez que Jimin tocava uma alfa, a sensação era boa. Olhar para Jungkook era bom.

Então é isso que um ômega sente ao ter contato com um alfa, entendo os meus irmãos do convento por descerem a montanha...

A pele de um alfa é quente...

— A sua esposa quer que você faça filhotes. — murmurou Jimin, a voz baixa e reflexiva. — Mas um alfa tão estressado como você estava antes, não seria capaz de produzir uma semente boa para me engravidar, seria um desperdício de semente.

O que te deixou tão doente, hein, alfa?

O que ele dizia não era apenas um comentário casual; havia um peso nas palavras que ecoava em sua mente.

Jimin se perguntou como seria a vida de Jungkook, as pressões que ele enfrentava e a expectativa que recaía sobre seus ombros.

Ele poderia ser um excelente pai, mas precisaria aprender a lidar com suas tensões primeiro.

Depois de horas observando, Jimin decidiu que era hora de voltar ao trabalho.

Ele se levantou e começou a limpar as costas de Jungkook, removendo os vestígios dos óleos usados na massagem. Com um pano suave, passou delicadamente pela pele do alfa, cada movimento calculado e gentil. Jungkook não se mexeu, apenas suspirou levemente em resposta ao toque, como se estivesse imerso em um sonho bom. O ômega sorriu satisfeito.

Com o quarto em silêncio, Jimin aproveitou para organizar o espaço.

Ele limpou as velas que havia acendido, cada uma delas queimando com um propósito, e cuidadosamente desfazia o ritual que havia realizado.

Jimin tinha um jeito especial de deixar o ambiente mais harmonioso, e enquanto ele arrumava, seus pensamentos vagueavam sobre o alfa adormecido.

— Senhor Jeon... — ele sussurrou, quase como se estivesse esperando que o alfa acordasse, mas o silêncio se prolongou.

Jimin se sentou na cadeira ao lado da cama, observando Jungkook em sua paz, e a espera começou a se tornar um estado de meditação para ele também.

Mais horas se passaram, e ainda assim, Jungkook não dava sinais de que iria acordar. Jimin perdeu em seus próprios pensamentos, lembrando da energia negativa que antes envolvia o alfa, era de se esperar.

Ele esperava que, ao despertar, Jungkook se sentisse renovado, mas também tinha consciência de que muito ainda precisava ser trabalhado.

— Você é forte, senhor Jeon. — ele disse em voz alta, como se desejasse que o alfa pudesse ouvir. — Eu sei que você pode lidar com isso.

A paz que envolvia o quarto de Jimin desmoronou abruptamente com um grito estérico que ecoou pelos corredores da casa.

Ele sobressaltou, olhando rapidamente para Jungkook, que se mexia casualmente na cama, mas permanecia em um sono profundo. Jimin sentiu um aperto no peito, uma intuição inquietante o movia para fora do quarto, levantou-se.