No instante em que a porta do quarto foi arrombada, o pai de Jungkook irrompeu com a fúria de um touro enfurecido, os olhos faiscando de raiva e as mãos já preparadas para apontar acusações.
A cena que ele encontrou, no entanto, fez sua raiva se engasgar por um breve segundo, no centro do quarto estava as costas nuas, arranhadas e musculosas de Jungkook, claramente tentando esconder algo ou... alguém, em seu peito.
O alfa estava completamente nu, obviamente passou a manhã inteira mimando seu amante descarado.
- Mas que porra é essa?! - gritou o senhor Jeon, os olhos arregalados de indignação. - Eu criei o pior dos filhos! O pior! Eu sabia que você tinha que ser o desgosto da nossa família! Mostre essa sua vagabunda!
Antes que Jungkook pudesse abrir a boca, o pai vociferou para os homens atrás dele.
- Ou melhor, peguem essa vagabunda e deem uma surra nela! E nele também! - apontou furiosamente para Jungkook.
Jungkook virou lentamente o rosto, mas não antes de rosnar como um verdadeiro lobo selvagem, os olhos brilhando com uma fúria protetora.
- Ninguém toca no meu companheiro. - ele rosnou, a voz profunda e carregada de ameaça.
Mas foi então que Jimin, com a sua marca registrada de cinismo e falsa inocência, se mexeu ligeiramente. Ainda protegido parcialmente pelo corpo de Jungkook, ele se virou, seus olhinhos bicolores brilhando com falsas lágrimas de medo.
Com uma habilidade teatral impecável, ele deixou sua áurea iluminada explodir em toda a sua glória. A luz suave que emanava dele fez o quarto parecer um santuário divino, mesmo com as janelas fechadas.
Os homens que tinham entrado prontos para a violência, congelaram.
O olhar se fixou em Jimin, a perfeição quase etérea de sua beleza, os feromônios de um ômega santo enchendo o ar.
Podia-se ver o ombro nu e corado, de resto, o alfa escondia com o próprio corpo, pois ninguém deveria ousar ver seu ômega sem vestes.
Lentamente, como se movidos por uma força além da compreensão, os homens caíram de joelhos. Até o senhor Jeon, que entrou com tanto furor, foi forçado a ajoelhar, sua raiva substituída por uma reverência quase cômica e um fundo de medo.
Jimin piscou inocentemente com seus cílios grandes e bochechas rosadas, as lágrimas brilhando ao cair do rostinho redondinho, enquanto ele sussurrava com a voz mais doce que ele podia fingir:
- Por favor... não nos machuquem...
A cena era tão absurda que, por um momento, o quarto mergulhou em um silêncio para explodir as vidraças.
O pai de Jungkook parecia em transe, incapaz de articular qualquer palavra enquanto o peso da presença divina de Jimin se assentava sobre ele e seus homens.
O silêncio reverente no quarto foi quebrado pelo som do senhor Jeon se jogando no chão com um baque surdo, a testa quase batendo no assoalho.
- Meu Deus, o que foi que eu fiz? Um santo! Um santo ômega! - Ele começou a balbuciar, lágrimas já escorrendo pelo rosto vermelho de vergonha e pavor. - Perdoe-me pelos meus pecados, pelo amor de tudo que é sagrado! Eu não sabia! Eu não sabia!
Os homens atrás dele começaram a soluçar, lágrimas escorrendo como cachoeiras enquanto se ajoelhavam mais fundo, alguns até se curvando completamente.
- Por favor, não nos amaldiçoe! Santo ômega, tenha piedade de nossas almas miseráveis! - Um dos homens soluçou tão alto que parecia que estava prestes a desmaiar.
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Sob o véu Santo.
Romance[COMPLETA] No mundo, onde sagrado são os ômegas, onde a pureza e os milagres são reverenciados, Jimin é um santo ômega escondido sob um véu, considerado a encarnação da sabedoria. Após as confidências de Eunji, que recorreu aos seus milagres no con...