Kriscya Ferreira, mais conhecida como katrina, garota de 15 anos que cresceu em uma família pobre no subúrbio de Salvador foi abandonada pelo seu pai quando ela tinha 8 anos, morando apenas com a mãe, mas a mesma trabalhava como empregada e passava...
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Kriscya/Katrina:
Acordo sentindo o calor do sol já alto no céu. A luz invadindo o espaço, iluminando os cantos e as sombras. Respirei fundo, sentindo a brisa do mar fresca e salgada. Abrindo e fechando levemente os olhos.
O som dos meninos rindo e conversando enchia o ar, misturado com o barulho de objetos sendo arrumados.
Sentei-me, esticando os braços e alongando o corpo. A noite passada na casa de minha tia parecia um sonho distante. Agora, estava de volta.
Levantei-me, sentindo-me renovada e pronta para enfrentar um novo dia, cheio de expectativas. Olhei em volta, vendo os meninos ocupados com suas tarefas matinais. Alguns estavam consertando redes, arrumando seus "cantinhos" enquanto outros estavam apenas conversando.
Hoje, queria falar com Pedro, saber sobre soarez, já que eu estava a uns dias convivendo com os meninos, e o plano ainda não tinha sido concluído. Claramente eu não estava com pressa, pois depois do roubo eu iria voltar a vagar pelas ruas sem rumo.
Talvez eu procurasse meu pai, mas só um talvez mesmo. Não acho certo a atitude dele de alguns anos atrás, de ter me abandonado com minha mãe. Eu e ela nunca soubemos o motivo certo, ele só arrumou suas coisas e foi. Apesar disso, queria conhece-lo novamente, aliás, todos merecem uma segunda chance.
Então, já despertada, andei até a beira do mar, sentindo meus pés tocarem o chão gelado do trapiche. Já via alguns meninos no mar, então fui até a ponte de madeira e sentei perto de onde os meninos estavam nadando.
— Bom dia, menina — O professor chega para interagir. — Cadê a Dora?
— Não sei, deve estar dormindo ainda. Só acordei e vim pra cá. — Respondi com a voz ainda rouca de sono.
— Pra despertar, toma um banho aqui! — Boa vida diz jogando alguns pingos de água em mim
Queria realmente entrar, mas eu tinha acabado de acordar, se a água estivesse gelada não iria rolar. — Tá muito gelada? — Pergunto sorrindo.
— Só entrando pra saber — Sem pernas olha sorrindo malicioso para boa vida.
Oque eu menos esperava é que eles me puxariam para a água pelas pernas.
O mar! Sinto-me viva quando estou nele. A sensação é indescritível.
Ao mergulhar nas ondas, sinto o peso da água envolvendo meu corpo, uma sensação de liberdade e leveza. O mar salgado envolve minha pele, refrescando-me.
