Narradora:
Sim, Katrina queria falar com o seu pai novamente, depois de anos. Katrina sempre disse que todos merecem uma segunda chance. E agora, após anos de silêncio, ela ansiava por ouvir a voz do seu pai novamente. Mesmo sabendo que ele a abandonou, deixando-a e sua mãe na mais profunda solidão.
No começo, o ódio e a raiva consumiram sua alma. Como ele pôde ir embora, deixando-a para trás? Mas com o tempo, o ressentimento deu lugar à compreensão. Se o passado tivesse sido diferente, talvez ela não estivesse agora vivendo nas ruas.
Katrina raramente falava sobre sua vida antes do abandono. Poucas pessoas sabiam como era sua família antes daquela noite que mudou tudo. Eles eram felizes, muito felizes! Seu pai, um advogado bem-sucedido, proporcionava uma vida confortável. Dinheiro não era problema, até que ele partiu.
Agora, ao relembrar aqueles momentos, Katrina sentia uma mistura de emoções: tristeza, saudade e esperança. Talvez, apenas talvez, essa segunda chance pudesse trazer de volta a felicidade que ela perdeu.
Katrina estava sentada nas escadas do trapiche, seus olhos fixos em um ponto distante, perdida nesses pensamentos. O som das ondas e o vento suave não conseguiam dissipar a melancolia que a envolvia.
- Katrina, tudo bem? - perguntou o professor, aproximando-se dela.
Katrina se assustou, voltando à realidade. - Ah, sim... tudo bem, professor - respondeu, forçando um sorriso.
O professor sentou-se ao lado dela, observando seu rosto preocupado. - Tu tá meio estranha. O que 'tá acontecendo?
Katrina respirou fundo, preparando-se para compartilhar sua história.
O professor olhou para ela com interesse.
- Um número de telefone? De onde você conseguiu isso? - perguntou ele, curioso.
Katrina hesitou por um momento antes de responder.
- Quando fui visitar minha tia ela me deu. - disse ela, os olhos brilhando com determinação.
O professor assentiu lentamente. - Entendo. E você já tentou ligar para ele? - perguntou ele.
Katrina fez um gesto com a cabeça, afirmando que não.
- Quer ajuda? - perguntou o professor, observando-a.
- Para quê? - respondeu Katrina, surpresa.
- Para encontrar teu pai - esclareceu o professor. - Você disse que tem o número dele, mas ainda não conversou com ele. Quer que eu ajude?
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Algoz. - Pedro bala.
DiversosKriscya Ferreira, mais conhecida como katrina, garota de 15 anos que cresceu em uma família pobre no subúrbio de Salvador foi abandonada pelo seu pai quando ela tinha 8 anos, morando apenas com a mãe, mas a mesma trabalhava como empregada e passava...