Kriscya/Katrina
Eu estava sentada na cama do quarto, olhando em volta para as paredes vazias e o mobiliário simples. A casa era grande e luxuosa, mas esse quarto parecia fora de lugar. Não havia nada que me fazia sentir em casa.
Meu pai havia me mostrado a casa toda quando cheguei, mas eu ainda estava explorando cada canto. A cozinha era enorme, com utensílios de alta qualidade e uma ilha central onde minha madrasta preparava o café da manhã. A sala de estar tinha uma televisão de tela grande e um sofá confortável.
Mas meu quarto... era como se fosse um quarto temporário. Não havia fotos minhas, não havia objetos pessoais. Era apenas um espaço vazio.
Eu ainda estava processando a ideia de ter uma madrasta, por que eu não queria. Eu sentia uma dor no peito ao pensar na ideia de ter uma madrasta. Não que eu fosse contra ela como pessoa, mas era difícil aceitar que meu pai estava seguindo em frente com sua vida.
Eu me lembrava da minha mãe todos os dias. Seus sorrisos, suas risadas, seus abraços. Eu sentia tanta falta dela que doía.
Eu precisava de tempo para processar tudo isso. Precisava de tempo para entender meus sentimentos e encontrar um jeito de lidar com a situação.
Eu respirava fundo e tentava me acalmar. Talvez, com o tempo, eu pudesse aprender a aceitar a ideia de ter uma madrasta. Talvez.
Mas, por agora, eu apenas queria chorar e sentir a dor da perda da minha mãe. Segurei o travesseiro e deixei as lágrimas fluírem.
Eu me levantei e fui até o espelho. Meu rosto estava inchado de chorar, meus olhos estavam vermelhos. Eu não reconhecia mais a pessoa que estava olhando para mim!
Eu me sentei no chão, encostada na cama, e deixei as lágrimas fluírem novamente. Eu não sabia como seguir em frente sem ela. Eu não sabia como lidar com a dor.
Mas, ao mesmo tempo, eu sabia que precisava seguir em frente. Precisava encontrar um jeito de viver sem ela. Precisava encontrar um jeito de ser feliz novamente.
Eu respirei fundo e me levantei, limpando as lágrimas do rosto e decidindo despertar.
Peguei o biquíni que meu pai havia comprado pra mim e o provei, indo até o espelho. Eu me olhei no espelho e ri sem graça. O biquíni era lindo, exatamente do meu estilo.
Eu me senti um pouco mais animada, pensando na ideia de ir à praia. O sol, o mar, o vento no meu cabelo... era exatamente o que eu precisava para esquecer um pouco dos problemas.
E, claro, encontrar os meninos do Trapiche seria o topo do bolo. Eu senti falta deles, especialmente de Dora e Boa vida. Dora é muito importante pra mim, e boa vida me fazia rir até demais nos meus momentos de mais tédio naquele lugar.
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Algoz. - Pedro bala.
RandomKriscya Ferreira, mais conhecida como katrina, garota de 15 anos que cresceu em uma família pobre no subúrbio de Salvador foi abandonada pelo seu pai quando ela tinha 8 anos, morando apenas com a mãe, mas a mesma trabalhava como empregada e passava...