Reencontro. - 04.

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Narradora:

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Narradora:

Katrina retornou ao trapiche depois da conversa com mãe'aninha. O lugar velho e abandonado que havia se tornado lar para muitos meninos de rua era tomado pelo som de berimbau e o movimento harmônico de uma roda de capoeira. Seus olhos brilharam ao ver os meninos jogando, cantando e se movendo em sincronia.

Alguns olhares vieram a tona sobre Katrina. Nem todos conheciam ela, nem todos tinham a visto. Claro que todos sabiam que ela já dormiu lá, pois Pedro contou dela, mas nem todos tinham a visto "pessoalmente" pois a garota não pretendia ser vista, sempre poupava as amizades, não quer papo com qualquer pessoa.

Alguns começam a cochichar, ela então se aproxima mais, e um dos meninos da roda vem a falar com ela. — Ei, tu que é a Katrina, que o bala fala?

— É, sou eu mesma. — Katrina responde olhando fixamente para os olhos escuros do menino moreno em sua frente.

— Eu sou o boa vida — disse ele, estendendo a mão e sorrindo maliciosamente.

Katrina apertou sua mão firme, mantendo o contato visual. — Prazer, boa vida.

Boa vida não desviou o olhar, parecendo estudar Katrina.

— O Bala fala sobre você. — disse ele, baixando um pouco a voz.

Ela levantou uma sobrancelha, intrigada, então boa vida sorriu novamente.

— Oque ele diz? — A garota diz sorrindo levemente, escondendo sua profunda tristeza.

— Hoje mesmo ele disse que você é corajosa e que tem um passado complicado.

— E você acredita nisso? — perguntou ela, desafiadora.

Boa vida deu de ombros. — Não sei, mas gostaria de descobrir por mim mesmo.

Katrina percebeu um brilho de interesse nos olhos de boa vida. Sem acreditar que provavelmente uma criança estaria interessada nela. Ela não sabia ao certo o que pensar sobre aquele menino.

Pedro, vendo a interação de boa vida com Katrina, decide intervir. — Boa vida, seu gaiato, saia dai! Deixe a menina, véi.

— Calma bala, tô só conhecendo ela. Tenha ciúmes não. Só por que você conhece ela melhor que nós.— Boa vida se vira rapidamente, rindo e olhando para o loiro.

— Ciúmes tá no seu rabo! — Bala logo muda sua feição. Injuriado, o mesmo aponta seu dedo do meio.

Então, um burburinho começa, alguns meninos falando de Pedro, outros da iniciativa de Boa vida.

— Logo nesse lugar Bala?

— Gordinho tentando conquistar a menina, é, boa vida?

— Pedro bala não deixa passar mesmo...

Algoz. - Pedro bala.Onde histórias criam vida. Descubra agora