Uma Promessa

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Rafe me guia até a palafita, sua mão segura a minha até o último segundo, quase como se não quisesse soltar. Assim que nos separamos, ouço JJ e John B vindo correndo em nossa direção, suas vozes carregadas de ansiedade e entusiasmo. Em seguida, as meninas e o Pope surgem correndo pela passarela de madeira, expressões de alívio e incredulidade estampadas em seus rostos.


John B é o primeiro a me envolver em um abraço apertado, seus braços se fechando ao meu redor com uma intensidade que parece refletir seu medo de ter me perdido para o mar.


— Eu achei que... eu achei que você tivesse...


Dou um sorriso suave, balançando a cabeça para dissipar suas preocupações.


— A gente voltou umas três vezes para te procurar, eu mergulhei e tudo, eu achava mesmo que você tinha afundado... — JJ me puxa para um abraço que tira meus pés do chão, rodopiando comigo enquanto pressiona o rosto contra meu cabelo, respirando como se tentasse gravar minha presença.


— E ela só não afundou graças a mim, que estava por perto e a vi lutando para sobreviver — interrompe Rafe, com sua voz carregada de superioridade característica. — De nada, aliás.


Viro-me para ele, séria, mas ele responde com aquele meio sorriso que só ele tem, algo entre desafio e interesse. Os olhos de JJ estreitam ao fitar Rafe.


— Alguém perguntou alguma coisa pra esse cara, John B? — JJ provoca, com um tom de sarcasmo afiado, ignorando a presença de Rafe.


— Não, ninguém perguntou nada pra ele — John B respondeu, cruzando os braços e lançando um olhar de desdém.


Rafe suspira e rola os olhos, como se já esperasse esse tratamento, por fim desvia seu olhar para Sarah, que chega ao meu lado e me abraça. Quando ela se afasta, eles trocam um olhar carregado de memórias e mágoas, e Rafe murmura baixinho:


— Oi, Sarah.


Ela permanece em silêncio, desviando o olhar e entrando na loja sem se dar ao trabalho de responder. O silêncio fica denso, até que ele liga o motor do jet ski. Pope e JJ começam a falar entre si sobre o que aconteceu, mas, antes que ele saia, eu sinto que devo agradecer.


— Obrigada, Rafe.


Ele me lança um último olhar, os olhos azuis parecendo mais profundos naquele momento.


— Se precisar de mim, sabe onde me encontrar, Ali.


Dou um sorriso tímido, sentindo o coração pulsar rápido enquanto ele acelera e desaparece na direção do horizonte, deixando um rastro de espuma no mar. Entro na loja junto dos outros, tentando me recompor e focar na história que estão contando. Eles relatam como foram obrigados a voltar à nossa casa, contam que os assaltantes reviraram cada canto procurando por alguma coisa. Vou até o pote de biscoitos, meu coração aliviado ao ver que o pergaminho ainda está lá, seguro.


— Gente, eu sei que estão agitados, mas meu dia foi horrível, e eu só preciso de um banho e da minha cama, tá? — digo, tentando controlar o cansaço que me atravessa. John B solta um "tá brincando?" meio indignado, mas Sarah logo se adianta.

Segredos Perdidos - OBXOnde histórias criam vida. Descubra agora