𝕬 𝕾𝖊𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖉𝖊 𝕯𝖗𝖆𝖌𝖆̃𝖔 | John, o garoto capaz de se transformar em um dragão negro, e Lucerys Velaryon , herdeiro de um legado manchado por sangue, enfrentam um destino incerto. Unidos por amor e divididos por escolhas, eles precisam d...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
JOHN
O sol começava a se pôr no horizonte, tingindo o céu de dourado e rosa enquanto eu caminhava lentamente pela praia. O som das ondas quebrando na areia era como um sussurro tranquilo, oferecendo consolo em meio à agitação que ainda pulsava em meu coração. A prova havia terminado, mas a emoção de ter tocado em um dragão ainda queimava dentro de mim.
A imagem de Arrax, o dragão que tinha quase me consumido com seu calor e poder, estava gravada em minha mente. O que deveria ser um momento de triunfo ainda trazia uma sombra de dúvida. Eu havia tocado a besta e passado, mas isso significava realmente que eu era digno? O que aconteceria agora, se eu realmente me tornasse escudeiro do príncipe Lucerys? O título me parecia atraente, mas a ideia de ficar preso a ele me assustava.
Sentei-me na areia, os grãos frios escorrendo entre meus dedos, e deixei que a brisa do mar lavasse um pouco da tensão acumulada. Pensei em Lucerys. O príncipe que parecia tão à vontade com seu dragão, tão confiante. Ele era alguém que havia crescido em meio a boatos, murmúrios de que era um bastardo que a Rainha tivera fora do casamento, porque o marido não poderia lhe oferecer o que precisavam: um herdeiro. Não havia como negar que Lucerys Velaryon era um bastardo, mas ao mesmo tempo não achava certo culpar sua mãe, a Rainha, ou mesmo seu filho. A nobreza muitas vezes se apresentava como uma tentativa de criar uma imagem perfeita, mas não poderia negar que Rhaenyra amava seus filhos com todo o seu ser. Seus olhos brilhavam em chamas sempre que alguém ousasse chamá-los pelo que realmente eram. De um jeito ou de outro, eram Targaryens; o sangue dos dragões corria em suas veias.
Enquanto o céu se escurecia, não pude deixar de pensar nas tensões que se desenrolavam na corte. Rhaenyra, com sua determinação inabalável, buscava fortalecer sua posição, mas as disputas entre os nobres eram como labaredas em um barril de pólvora. O reino estava à beira do conflito, e eu, um simples filho de um cavaleiro, estava agora imerso nesse mar de intrigas.
Meus pensamentos foram interrompidos por um leve estalar de gravetos, e, ao olhar para cima, vi o príncipe Lucerys se aproximando, sua silhueta recortada contra o céu em transformação. Havia algo de majestoso em sua presença, uma confiança que emanava dele como o calor de um fogo recém-acendido.
— Não esperava encontrá-lo aqui, — comentou ele, sua voz clara e autoritária, como se estivesse avaliando minha presença.
— Eu precisava de um momento para pensar, Sua Alteza, — respondi, tentando manter a formalidade em minha voz. — A prova foi intensa.
Mesmo meio atrapalhado, ajoelhei-me à sua frente, sentindo a areia fria e granulada escorregar entre meus dedos. Um pouco dela acabou entrando em meu olho, e embora a irritação fosse quase insuportável, fiz o possível para ignorar a dor. A pergunta sobre o motivo pelo qual o príncipe estaria fora do castelo a essas horas pairava em minha mente, mas optei por segurar a língua, temendo a indelicadeza de minhas palavras.
