XI

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LUCERYS

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LUCERYS

A caverna estava mergulhada na penumbra, iluminada apenas pelos reflexos esparsos das chamas que dançavam sobre as paredes úmidas. John estava lá, me esperando como sempre. O dragão, com suas escamas escuras e olhos vermelhos incandescentes, era uma presença imponente. Ele se destacava entre os outros dragões de Dragonstone, não apenas pelo tamanho, mas pela sua aura. John não se misturava. E nem queria.

Aproximando-me, senti o olhar dele sobre mim, intenso e inabalável. Era como se ele estivesse me estudando, procurando por algo. Respirei fundo, tentando não me sentir culpado.

— Não tive culpa, John. — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava. — Minha mãe não me deixou vir antes.

Ele bufou, e o ar quente que escapou de suas narinas fez meus cabelos se agitarem. Sua expressão, se é que dragões podem ter expressões, era quase de desprezo. Se ele pudesse revirar os olhos, teria feito isso agora.

Antes que eu pudesse continuar, ouvi o som de passos leves atrás de mim. Virei-me para encontrar Rhaena, minha prima, parada ali. Ela sorriu de maneira travessa, como se tivesse me pego em uma travessura. Usava um vestido azul escuro que realçava seus olhos claros, envolta em uma capa preta com detalhes prateados. Seus cabelos, presos em uma trança longa, caíam sobre seus ombros, e suas luvas brancas brilhavam sob a luz fraca.

— Luke, não que eu estivesse te julgando — ela disse, com um tom brincalhão. — Mas vir escondido para ver seu dragão deixou sua mãe bem irritada.

Soltei um suspiro, sabendo que ela estava certa. — Deixa eu adivinhar, ela pediu para você vir me procurar?

— Exato — respondeu, se aproximando. — Ela sabe que eu sempre sei onde te encontrar.

Ela deu mais um passo em minha direção, e pude sentir o perfume suave de flores e ervas que sempre a acompanhava. Havia algo reconfortante nisso, mas também uma tensão no ar, como se ela quisesse dizer algo mais. John se moveu atrás de mim, suas garras arranhando o chão da caverna, produzindo um som estridente que ecoou ao nosso redor. Ele não gostava de Rhaena ali. Seus olhos vermelhos brilharam, fixos nela, como se estivesse avaliando uma ameaça.

Rhaena parou, levantando a sobrancelha com um sorriso. — Ele parece bravo — comentou, com um toque de provocação em sua voz.

— Ele só está com fome — respondi, lançando um olhar de aviso para John, como se estivesse tentando acalmá-lo. — E impaciente.

Ela inclinou a cabeça, observando-me de forma inquisitiva, como se quisesse desvendar um segredo escondido em meus olhos. — Você deveria ser mais cuidadoso, Luke. — Sua voz suavizou, e ela ergueu a mão, tocando de leve meu braço. — Eu me preocupo com você, sabe?

Havia algo no tom dela, uma doçura que não era apenas familiar. Eu sorri, sem entender completamente o que estava por trás de suas palavras. — Eu sei, Rhaena. E agradeço por isso.

𝐀 𝐒𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐀𝐎 | LUCERYS VELARYONOnde histórias criam vida. Descubra agora