━━ 𝐀 𝐒𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐀𝐎| John, o garoto capaz de se transformar em um dragão negro, e Lucerys Velaryon , herdeiro de um legado manchado por sangue, enfrentam um destino incerto. Unidos por amor e divididos por escolhas, eles precisam...
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LUCERYS
A chuva descia pesada, castigando as pedras antigas de Harrenhal, mas não fazia nada para abafar o rugido distante dos trovões ou a respiração furiosa de Drogon atrás de mim. Seus olhos ardentes fixavam-se nos homens reunidos no pátio, tão imóveis quanto as estátuas que adornavam as ruínas do castelo. Cada passo meu era acompanhado pelo eco surdo de suas garras contra o chão enlameado, um lembrete constante de que eu não estava sozinho. O lugar que outrora fora uma das fortalezas mais poderosas dos Sete Reinos, agora era uma sombra de sua antiga glória. Harrenhal, cujas paredes haviam sido erguidas por mãos há muito desaparecidas, testemunhava o fim de uma era. Mas havia algo mais ali. Algo que respirava como o castigo de uma divindade.
Eu avançava, meus passos calculados, observando cada movimento dos guardas. Eles estavam em silêncio, mas era um silêncio tenso, como se cada um soubesse o que poderia acontecer a qualquer momento. A tensão era palpável, e o peso do olhar de Aemond só aumentava a cada passo. Ele estava lá, no centro do pátio, seus olhos frios como o ferro forjado, medindo minhas ações, como sempre fazia. Vhagar, seu dragão, estava quieto, mas eu podia sentir a presença esmagadora da besta. Aquela criatura imensa e feroz parecia quase uma continuação de seu próprio dono, assim como Drogon era uma extensão de mim.
O pátio, escuro e enlameado, refletia o estado de desespero de Harrenhal. A umidade das paredes, o eco da tempestade nos corredores vazios, tudo parecia gritar o que o castelo fora antes: um símbolo de ambição e poder que caíra em desgraça. As fachadas desmoronadas e as torres ainda de pé, mas vazias de vida, eram um lembrete de que, por mais imponentes que fossem as construções, todas as coisas caem eventualmente. Mas Harrenhal, mesmo em sua decadência, tinha algo a mais — o gosto do sangue já derramado, e o cheiro de sangue que ainda estava por vir
No centro do pátio, a figura que eu mais odiava e desprezava estava à espera. Aemond Targaryen.
Ele não sorriu ao me ver — não de imediato. Mas assim que deu um passo à frente, suas palavras cortaram o ar como lâminas, afiadas pela arrogância que ele carregava como um manto.
— Olhe esta criatura infeliz, o pequeno Luke Strong, — zombou ele, o tom de sua voz ecoando entre os muros do castelo. — Você está molhado, bastardo. Está chovendo ou você se molhou de medo?
Os guardas ao seu redor riram, alguns nervosos, outros encorajados pela provocação. Aemond parecia desfrutar do som, saboreando a humilhação que tentava me infligir. Ele inclinou a cabeça ligeiramente, o tapa-olho brilhando sob a luz de um relâmpago distante.
— Achou que podia vir a Harrenhal e receber uma recepção calorosa? — continuou ele, com um sorriso torto. — Este não é Pedra Dragão, garoto. Aqui, não há ninguém para protegê-lo. Nem mesmo seu novo dragão.
Drogon soltou um grunhido baixo, e os homens próximos recuaram instintivamente, como cães assustados por uma fera muito maior. Eu me mantive firme, sentindo o calor do dragão atrás de mim como um escudo invisível contra a chuva gelada e as palavras venenosas de Aemond.
— Sempre com palavras belas, Aemond, — respondi, minha voz controlada, mas cheia de desprezo. — Mas lembro-me de como sua estúpida ideia de tentar me matar falhou na última vez que nos encontramos. Talvez eu devesse lembrar Drogon de como você é nada mais e nada menos que um covarde.
Aemond parou, seus olhos se estreitaram, o sorriso vacilando, mas a raiva tomou seu lugar rapidamente. Ele se aproximou mais, os passos firmes e desafiadores. Era o tipo de homem que queria que as pessoas vissem sua força, que queria que todos temessem o que ele representava. Mas eu não o temia, não mais.
— Gritos são algo que você conhece bem, não é? — retrucou ele, dando um passo adiante. — Ouvi dizer que o grito de sua mãe ecoou por toda Pedra Dragão quando seu pai morreu. Ou seria seu verdadeiro pai? Sempre me confundo.
Eu não respondi de imediato, deixando que o silêncio pesasse no ar. Drogon, no entanto, respondeu por mim. Ele moveu-se ligeiramente, suas garras arranhando o chão, e soltou um rosnado que reverberou até os ossos dos presentes.
— Está vendo, Aemond? — falei finalmente. — Drogon não gosta de mentiras.
Antes que ele pudesse responder, um dos guardas deu um passo à frente, espada erguida.
— Não precisamos ouvir isso de um bastardo, — rosnou ele, apontando a lâmina na minha direção. — Volte para onde veio, garoto.
Eu não hesitei.
—Nābēmagon zirȳla, drogon— ( ataque-o, Drogon ) ordenei, minha voz ecoando no Valiriano Antigo.
Drogon atacou com velocidade e precisão aterrorizantes. Um jato de fogo saiu de suas mandíbulas, atingindo o homem antes que ele pudesse reagir. Em questão de segundos, ele foi consumido pelas chamas, seus gritos cessando tão abruptamente quanto começaram.
O pátio mergulhou em um silêncio mortal. Os guardas restantes pareciam petrificados, e até mesmo Aemond hesitou, seus olhos fixando-se nas cinzas que agora marcavam o lugar onde o homem estivera momentos antes.
— Mais alguém? — perguntei, minha voz firme, embora baixa. — Ou talvez você queira ser o próximo, Aemond?
Ele me encarou por um momento, e algo mudou em sua expressão. Não era medo, mas respeito — ou algo próximo disso.
— Impressionante, Lucerys, — disse ele, com um sorriso que não chegava aos olhos. — Mas Harrenhal não é seu para tomar.
Eu dei um passo à frente, minha mão repousando levemente na lateral de Drogon, sentindo a força pulsante sob suas escamas.
— Harrenhal não é seu, Aemond, — retruquei. — E você sabe disso tão bem quanto eu.
Voltei meu olhar para o lorde, que estava pálido como as cinzas ao chão.
— Escolha, — disse eu, minha voz cortando o ar como uma lâmina. — Sua lealdade à Rainha Rhaenyra ou sua vida.