━━ 𝐀 𝐒𝐄𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐃𝐑𝐀𝐆𝐀𝐎| John, o garoto capaz de se transformar em um dragão negro, e Lucerys Velaryon , herdeiro de um legado manchado por sangue, enfrentam um destino incerto. Unidos por amor e divididos por escolhas, eles precisam...
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LUCERYS
O pátio parecia mais vazio sem a presença de Aemond. Ele havia partido há pouco, mas o peso de sua visita ainda pairava no ar, como o cheiro de fumaça após um incêndio. Drogon permanecia recostado contra o arco de pedra, uma sombra colossal que vigiava os movimentos no castelo. Até mesmo ele parecia inquieto, movendo ocasionalmente as asas, como se quisesse alçar voo e perseguir Vhagar. Os homens no pátio estavam dispersos, tentando agir como se tudo estivesse normal, mas havia uma tensão palpável no ar. Lords que deveriam ser meus aliados evitavam meu olhar, ocupados demais com afazeres inventados ou trocando murmúrios que cessavam assim que eu passava por perto. O ataque em Ponta Tempestade ainda pairava sobre nós como uma nuvem negra. Uma lua inteira havia se passado desde que a frágil paz entre as casas Targaryen fora destruída, e, embora eu ainda estivesse vivo, Aemond cometeu um erro sem chances de reparação.
Fui levado para dentro do castelo. Meus passos ecoavam nos corredores sombrios e úmidos enquanto os guardas de Harrenhal me conduziam ao que parecia ser uma sala de refeições. Não que eu esperasse um banquete – os recursos aqui eram escassos, e isso ficava evidente nas paredes desgastadas e no cheiro de mofo que impregnava o ar. Quando a porta da sala de refeições foi aberta, encontrei uma mesa simples, com pratos humildes. Um peixe magro e algumas especiarias estavam servidos, junto a pedaços de pão velho. Não era nem de longe luxuoso, mas sabia que era o máximo que Harrenhal podia oferecer em tempos de guerra. Sentei-me sem cerimônia e peguei o peixe com as mãos, analisando-o antes de levá-lo à boca. Não era porque parecia estragado, mas porque eu desconfiava de veneno. Não havia confiança em Harrenhal – não de minha parte, pelo menos.
Simon Strong, que estava sentado à mesa, observava cada movimento meu, como se tentar adivinhar meus pensamentos. Ele percebeu minha hesitação e rapidamente se apressou em falar: — Meu príncipe, nunca tentaríamos envenená-lo. Afinal, juramos lealdade à rainha.
Sua voz era educada, mas havia algo por trás de suas palavras que não consegui ignorar. Era medo, e talvez um toque de desprezo mascarado pela obediência. Eu sabia bem que Harrenhal havia se curvado apenas por causa de Drogon. Simon Strong parecia mais preocupado em manter seu castelo decrépito de pé do que em tomar partido na guerra.
— Entendo sua lealdade, Lord Strong — falei calmamente, dando uma mordida no peixe enquanto mantinha meus olhos fixos nele. — Mas a fome tende a testar a moral de qualquer homem. Seus soldados ainda estão leais à rainha... ou apenas temem o fogo de Drogon?
Simon hesitou antes de responder. Ele baixou o olhar para o prato vazio diante de si, enquanto seus dedos tamborilavam na madeira da mesa. O som abafado das batidas era o único ruído além do eco distante de passos pelos corredores, que se arrastavam como sombras em um castelo que parecia estar desmoronando por dentro.
— A lealdade de meus homens está firme com os Negros, meu príncipe — respondeu finalmente, mas a demora em suas palavras falava mais do que ele gostaria.