Era um golpe direto na esperança de um jantar tranquilo, o nome dela na placa do assento ao meu lado como um lembrete de que não havia como escapar daquela presença irritante, a indignação cresceu em meu peito, e minha respiração ficou um pouco mais rápida.
marissa notou a mudança em minha expressão e franziu a testa.
- o que foi? - ela perguntou, inocente, mas com uma pitada de preocupação.
tentei me recompor, virando-me rapidamente para ela.
- nada, apenas... não era para estar aqui. - minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia, ela ergueu uma sobrancelha, percebendo que algo estava me incomodando.
a mesa estava montada para facilitar a interação entre os alunos, mas a ideia de ter que dividir o espaço com faye parecia uma tortura.
e quando peraya entrou na tenda, a multidão ao redor parecia se afastar um pouco, como se estivesse atraída pela presença dela, um aperto no estômago se formou enquanto eu observava ela se mover, a confiança em cada passo como se o mundo estivesse à sua mercê.então, ela se aproximou, seu sorriso brilhando mais do que nunca.
- Olá, yoko - sua voz era como música, mas tudo o que eu conseguia ouvir era a provocação.- espero que esteja pronta para o jantar.
- estava esperando que você não estivesse na mesa.- a sinceridade transpareceu em minha resposta, não havia espaço para sutilezas quando se tratava de faye peraya.
faye sorriu, parecendo genuinamente divertida.
- ah, mas quem mais poderia trazer um pouco de alegria a esse lugar? - ela gesticulou para o ambiente, como se fosse uma artista em um palco, seus olhos perscrutando os rostos ao redor. - além do mais, não seria justo que você me ignorasse.
- eu ignoro você todos os dias -. eu disparo, meu tom sarcástico ecoando em meio à música que ainda tocava ao fundo, peguei um punhado de arroz tailandês e comecei a servir no meu prato, tentando manter a compostura.
-você não parece tão boa em ignorar assim - ela provocou, sentando-se ao meu lado, se inclinou levemente, os olhos brilhando com um misto de desafio e diversão. - deixa eu adivinhar, você está pensando em todas as maneiras que poderia me ofuscar nesta festa.
- e se eu estiver? - não hesitei em retrucar, segurando seu olhar desafiador. - a única coisa que você ofusca é a luz do sol, e olhe que estou falando do seu sorriso.
marissa tentou segurar o riso, mas era em vão, o clima entre nós estava eletricamente carregado, e cada palavra parecia uma bala disparada em um duelo daqueles de faroeste.
- engraçado, não sabia que você era tão apaixonada por mim - faye rebateu, com um ar de desprezo que quase consegui apreciar. - mas não se preocupe, eu sou boa em lidar com o ciúme alheio.
Senti a raiva subindo novamente, mas antes que pudesse responder, ela mudou de assunto, apontando para um grupo de alunos que dançavam.
- olha só como eles se divertem, você não gostaria de se juntar a eles? - a ironia na voz dela era quase palpável.
- não, obrigada - respondi secamente, ainda focada no meu prato, eu estava determinada a não dar a satisfação que faye parecia querer.
a professora se inclinou ainda mais, a curiosidade nos olhos.
- você sabe, às vezes eu me pergunto como seria sua vida sem mim por perto, menos emocionante, eu imagino.
revirei os olhos de forma incontrolável.
- Você se considera emocionante? - perguntei, a voz carregada de sarcasmo. - que humilde da sua parte.
- alguém tem que fazer o trabalho sujo de trazer um pouco de vida para este lugar. - faye sorriu de forma provocativa, seu olhar deslizando para o decote do meu seio, um gesto tão sutil que quase passou despercebido.
fiquei imóvel por um momento, uma onda de confusão borbulhando dentro de mim.
- e você? O que traz de emocionante além de se exibir? - provoquei, decidida a não mostrar qualquer fraqueza.
- eu trago desafio, yoko. - disse, com um tom de voz que parecia mais íntimo do que provocador. - e você parece precisar de um.
a música começou a aumentar de volume novamente, preenchendo o espaço com ritmos vibrantes, a tensão entre nós parecia dançar junto com a melodia, uma batalha de palavras que os outros ao redor começaram a notar, não sabia se queria rir ou esbravejar, mas havia algo inegavelmente intrigante na insistência de faye.
ela finalmente se levantou, a aura de autoconfiança quase ofuscante.
- bem, eu vou dançar, você vai ficar aqui se escondendo atrás do seu prato? - perguntou, olhando por cima do ombro enquanto se afastava, deixando-me com um misto de indignação e uma curiosidade latente.
a observei se juntar ao grupo de garotas, a alegria em seu rosto tão contrastante com a raiva que sentia.
marissa me puxou pela manga, chamando minha atenção.
- você viu o que a professora faye fez agora? Parece que ela quer ser o centro das atenções em tudo!
estava prestes a responder, mas um grito ecoou na festa, desviando meu olhar novamente, uma figura familiar estava se aproximando, e com ela, o ar parecia mudar.
-o que diabos ela está fazendo aqui? - murmurei, enquanto todos se viravam para a nova intrusa.
marissa trocou um olhar nervoso comigo, a tensão na festa crescendo.
O que mais poderia acontecer naquela noite?
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Teoria do caos (FAYEYOKO)
FanficYoko Apasra vive sob o peso do luto pela irmã, as cobranças severas do pai e a pressão do atletismo. Sem refúgio em casa, encontra liberdade nas corridas ilegais, enquanto enfrenta conflitos constantes com Faye Peraya, sua professora rigorosa. Entre...