o que mais me apertava era a ressaca das palavras de Arin, e de meu pai durante o jantar, o cheiro da comida ainda passeava no ar, mas não conseguia me conectar com o prazer que ela deveria proporcionar, tudo parecia sufocante, como se o mundo estivesse pressionando contra mim, me empurrando para um canto onde eu jamais seria boa o suficiente.
Becky, a perfeição, minha irmã, a que nunca teria o que eu queria, o reconhecimento dele, não importava o quanto me esforçasse, eu sempre seria uma sombra, uma lembrança amarga de algo que ele perdeu, eu nunca seria o suficiente.
Uma raiva que queimava dentro de mim, crescendo como uma chama a cada lembrança da humilhação que passei, o desprezo , o jantar em que eu me senti tão invisível, até para minha própria família, me cortava de uma forma que eu não sabia como lidar.
Eu tinha que fazer algo, era hora de dar o troco, de fazer todos que me subestimaram sentir o peso da dor que eu carregava.
Com as mãos trêmulas, mas firmes, peguei o telefone. Lyons. Eu sabia a quem recorrer. Ele sempre soubera lidar com meus desejos mais obscuros, o que eu precisava agora era algo grande, algo que fosse inesquecível, o momento da cobrança havia chegado.
- Lyons, preciso de algo, inesquecível, você sabe o que fazer.
a voz dele no outro lado da linha era cheia de malícia, como sempre.
- O que você quer, yoko?
Eu respirei fundo.
- A casa dos Supaporn, quero que eles sintam o que é ser desprezado, não quero nada leve, quero que eles paguem, e quero deixar uma marca, algo que diga que mexer com a minha vida tem um preço.
Lyons riu, satisfeito com a determinação em minha voz.
Ele sabia o que isso significava.
- E a marca? O que você quer que fique?
uma frase centralizada.
- "Fracasso é o legado de quem toca o meu nome."
era simples, mas devastadora, uma marca que ninguém esqueceria.
- Vai acontecer, yoko, pode confiar.
desliguei o telefone e senti um alívio quase físico, o plano estava em movimento, nada mais poderia me parar.
🇹🇭
O grupo de Lyons chegou à casa dos Supaporn em silêncio, não era o tipo de vandalismo normal, simples e sem graça, não, eles estavam determinados a fazer algo grandioso, algo que deixaria uma marca permanente na memória de todos.
Marco, o mais criativo do grupo, trouxe latas de tinta em cores vibrantes, quase fluorescentes, ele adorava a ideia de transformar a fachada da casa em uma obra de arte grotesca, e o que ele tinha em mente era nada menos que uma tela para seu temperamento explosivo, a parede principal da casa foi coberta com desenhos monstruosos, figuras disformes que pareciam saídas de um pesadelo, gargantas abertas, olhos desproporcionais, corpos retorcidos.
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Teoria do caos (FAYEYOKO)
FanfictionYoko Apasra vive sob o peso do luto pela irmã, as cobranças severas do pai e a pressão do atletismo. Sem refúgio em casa, encontra liberdade nas corridas ilegais, enquanto enfrenta conflitos constantes com Faye Peraya, sua professora rigorosa. Entre...