11. Leilões.

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O ambiente de café da manhã estava pesado, o cheiro do café forte e amargo preenchia os espaços de ar, sentados a mesa estavam Yoko e seu pai, chet que não tirava os olhos da filha.

Uma xícara de café fumegante, de porcelana branca, repousava em um pires delicado, com uma fatia de limão ao lado, esperando para ser mergulhada na bebida quente.

ao lado, uma jarra de suco fresco de laranja.
fatias de pão tostado estavam dispostas ao lado de uma tigela pequena de geleia caseira.

morangos, fatias de abacaxi e fatias de melancia, dispostas em uma travessa simples.

quebrando o silêncio chet empurrou a pequena caixinha preta na direção de yoko com um gesto deliberado, pronto para lançar um desafio.
dentro dela, repousavam duas alianças de ouro, suas superfícies brilhando contra a iluminação.

yoko olhou para a caixinha com desdém, seus olhos cinzentos cintilando sob a luz do sol que filtrava pelas cortinas, seu pai observava com impaciência, a expressão em seu rosto uma mistura de desaprovação e arrogância.

- É um presente de Victor - disse chet, sua voz rouca e firme, carregada de arrogância e expectativa.

yoko sorriu, uma expressão de ceticismo se desenhando em seus lábios.

- Você realmente acha que vai acontecer essa aliança, um casamento? -retrucou- está terrivelmente enganado chet, pensei que você tivesse entendido depois do jantar de ontem. - seu olhar desafiador nunca deixando o dele, estava inabalável, com uma calma tensa que parecia esconder uma decisão já tomada.

a expressão de Chet era fria, sem emoção, como se ele estivesse no controle total da situação.

- Eu tenho uma passagem para você e uma estadia prolongada a espanha, no acalorado amable madre, você entende não é? é claro que entende, se você não fizer isso, não aceitar a proposta de victor, vai para o convento, eles têm métodos bem... rigorosos para "corrigir" meninas como você, métodos que podem até quebrar seu espírito, yoko, não pense que estou de brincadeira.

a ameaça estava em cada palavra, um aviso de que não havia limites para o que ele era capaz de fazer.

mas em vez de se encolher ou demonstrar qualquer sinal de medo, yoko soltou uma risada baixa e controlada, como se estivesse ciente de algo que ele claramente não entendia, a risada não era nervosa ou forçada, mas cheia de confiança, a forma como ela riu deixava claro que a ameaça dele não tinha peso algum sobre ela.

o homem incapaz de compreender essa reação, congelou por um momento, seus olhos procurando por alguma fraqueza, algum sinal de medo, mas yoko o encarava com uma tranquilidade quase insuportável.

- você não entende... - ela disse, com um tom de voz quase zombeteiro. - você não entende nada do que está realmente acontecendo aqui, você e sanit Supaporn, tão inteligentes, dois homens de prestígio, estou enganada?

ela deu uma pausa, observando o homem, sua expressão levemente divertida.

- e eu, coitada, a inocente e sofrida yoko, não é? mas me ajude, por favor, me explique pai, como vocês conseguem fazer o que fazem? Leiloar garotas... não é um trabalho fácil, claro, deve exigir um talento extraordinário, de prestígio mesmo, quase digno de uma capa de revista, impecáveis na sua arte, não é? no leilão de carne humana.

ela se aproximou um pouco mais, sem perder o sorriso, o olhar fixo em chet esperando sua reação.

- mas, sabe... eu tenho pessoas que me devem favores, alguns me devem a vida, outros me devem coisas, coisas valiosas, especialmente quando se trata de coisas como essa, e aqui está a questão final: este assunto sobre casamento acaba aqui, ou eu faço questão de acabar com você e com todos daquela família.

Teoria do caos (FAYEYOKO)Onde histórias criam vida. Descubra agora