9. O jantar.

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A mansão estava submersa a um silêncio incomum, quase sufocante, apenas o som dos sapatos de yoko ecoava pelo mármore impecável do chão, olhou para o relógio na parede - 18h30, o jantar com os supaporn's seria em meia hora.

subiu as escadas em passos rápidos, parando em frente ao quarto da mãe, a porta estava fechada, mas algo estava errado, ela chegou, não chegou? - murmurou para si mesma, bateu levemente na porta, nada, nem um som, girou a maçaneta e espiou para dentro, o quarto estava vazio, apenas uma mala aberta sobre a cama indicava que sua mãe havia mesmo voltado de viagem, mas onde estava ela?

sem respostas, andou até o próprio quarto, trocando o uniforme por um vestido florido simples, o reflexo no espelho ainda exibia a marca na testa, agora coberta por maquiagem, mas seu olhar vazio seria impossível a maquiagem esconder.

Enquanto se arrumava, mesmo de seu quarto, o aroma das especiarias do jantar já pairava no ar, seu estômago revirou, difícil saber se pela fome ou pela tensão que o encontro prometia trazer.

Sentada na beira da cama, os dedos tamborilando no joelho, o barulho abafado de vozes e passos no andar de baixo indicava que os convidados haviam chegado, olhou para o relógio novamente - 19h15, o jantar começaria em breve.

respirou fundo e se levantou, arrumando o vestido ajustado que vestira apenas para parecer "adequada" aos padrões absurdos de seu pai. caminhou até a porta, hesitando por um instante antes de descer as escadas.

Na sala de jantar, a mesa estava preparada com impecável luxo, taças de cristal brilhavam sob o lustre, e o brilho das velas refletia na prata polida, quando entrou, yoko imediatamente avistou seu pai conversando com um casal de meia-idade que reconheceu como a matriarca e o patriarca da família supaporn, Sanit e sua esposa, Arin, ao lado deles, uma jovem que aparentava ter pouco mais de vinte anos estava distraída, mexendo em um anel no dedo.

ela não precisou olhar duas vezes, seus olhos se arregalaram, congelando-a no lugar.

Era Faye.

A professora, fria e implacável, estava ali, à vontade, vestindo um traje elegante que só realçava sua presença inabalável.

Faye. Supaporn. Filha dos Supaporn.

Levou alguns segundos para processar aquilo.

- Ah, finalmente - disse Chet, interrompendo seus pensamentos. - yoko, venha conhecer os zupaporn e seus filhos, faye e victor.

victor, alto e bem-apessoado, ofereceu um sorriso encantador, que só conseguiu irritar yoko ainda mais. - É um prazer conhecê-la, senhorita apasra - disse ele, inclinando levemente a cabeça em uma reverência exagerada.

Ignorando totalmente o homem, algo que não passou despercebido por Chet.

- Senhorita Supaporn - cumprimentou yoko, com uma pontada de sarcasmo, os olhos fixos em faye. - É um prazer... revê-la - disse, contendo sua ironia.

faye ergueu o olhar, mas seu rosto não demonstrava surpresa, apenas aquele mesmo semblante frio e controlado que exibia na sala de aula. - Senhorita Apasra - respondeu com formalidade.

a tensão entre as duas não passou despercebida.

- Vocês já se conhecem? - perguntou arin, a mulher de traços delicados e voz suave.

- Sim, faye é minha professora de matemática - respondeu a jovem apasra, um pouco ácida.

- Que coincidência! - exclamou sanit, com um sorriso que não alcançava os olhos. -  então já estão familiarizadas, isso facilita as coisas.

Teoria do caos (FAYEYOKO)Onde histórias criam vida. Descubra agora