provocações | nove.

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Alyssa O'brien
Vegachi, Colômbia.

Alyssa O'brienVegachi, Colômbia

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Acabei de sair do banho. Vesti uma roupa confortável e estava prestes a secar o cabelo, quando me recordo que havia emprestado meu secador a Joana na semana passada e ela esqueceu de me devolver. Tenho que comprar um desses pra ela com urgência.

Desço as escadas e caminho até o quarto dela, que ficava na cozinha, próximo ao de Richard. Levo um tempo até encontrá-lo, quando enfim o encontro, retorno ao meu quarto correndo, ignorando Joana quando me perguntou pra onde eu estava indo com tanta pressa.

Me assusto quando percebo que: a luz do banheiro estava acesa e eu tenho a plena certeza de que havia desligado quando saí. Ou eu estou louca?

Caminho até o mesmo rapidamente e abro a porta com tudo, me arrependendo (ou talvez não) ao mesmo instante.

Meu queixo caiu. Minhas pernas simplesmente não se mexem, meu corpo paralisou no lugar e eu sequer me movi.

Richard estava tomando banho no meu banheiro, por algum motivo o qual eu estava fissurada demais para pensar agora. Analiso-o dos pés a cabeça, a água escorrendo pelo seu corpo em câmera lenta em minha cabeça. As tatuagens que eu ainda não tinha visto, aparentes agora pra mim.

Suspiro tão pesado como nunca, o cheiro de sabonete masculino enchendo o ar e meus olhos indecentes que não paravam de olhar para lá.

Eu queria tomar alguma atitude, mas eu não conseguia fazer nada a respeito disso. Ele me nota ali, parecendo gostar da situação, nem ao menos se cobre. Esse ridículo, sem noção, gostoso do caralho.

⎯⎯ Mas o que raios você tá fazendo no meu banheiro? — surto, depois de muito tempo em silêncio.

Me recomponho, não acredito que me prestei a esse papel ridículo.

⎯⎯ Tomando banho, tá cega? — ele passa a mão no cabelo, tirando o excesso da água e pega a toalha tranquilamente, se cobrindo, como se nada de anormal estivesse acontecendo aqui.

⎯⎯ Não sei se percebeu ou se fez de doido, mas esse é o meu quarto! — eu estava nervosa, coração a mil. Que situação constrangedora, porém nem tão desagradável assim.

Mas o que estou pensando?

⎯⎯ Sim, eu sei bem disso. Acontece que o banheiro do corredor está sem água. — foda-se, que se jogasse no rio Tietê

⎯⎯ Problema seu! Nunca mais faz isso, ou eu te demito. — tento soar ameaçadora, inútil. Consegui no mínimo fazê-lo dar risada da minha cara.

⎯⎯ Como se tivesse poder pra isso. — balança a cabeça em negação. ⎯⎯ Você está agindo como se nunca tivesse visto um cara pelado antes. — pronuncia com um sorriso canalha no rosto, saindo do cômodo.

impostor | richard ríos.Onde histórias criam vida. Descubra agora