Sâmia Dos Reis
Ela ainda está desacordada. Como pode uma mulher ser tão bonita assim? Devia ser um crime. Faz algumas horas que está aqui, na minha casa. Não foi fácil convencer os médicos a deixarem ela sair do hospital, mas nada que dinheiro não resolva.
Isabella vai ter que ficar de repouso por uns dois meses ou mais até seu ombro se recuperar totalmente. E bom, ela vai ficar em minha casa nesse período. Quem decidiu isso? Eu.
Lembro da olhada torta que recebi da minha irmã quando ela descobriu minhas vontades. Moacir e Araruna se entreolharam com sorrisinhos e Janaína sorriu largamente. Revirei os olhos para todos. Nenhum deles ia me impedir de fazer isso e nenhum deles tentou me convencer do contrário, nem mesmo a minha irmã e olha que ela deixou bem claro o quanto odiou essa ideia.
Essa é a forma de quitar a dívida que tenho com Isabella. Um dia ela me acolheu em sua casa quando precisei, me deu segurança apesar de tudo e vou retribuir o favor.
Sentada na cama ao seu lado, acaricio seu rosto com calma, está tão relaxada em seu sono. Meu dedo contorna todo seu rosto, desde as sobrancelhas até seus lábios. Em determinado momento, ela deita seu rosto na palma da minha mão enquanto dorme. Tratei de esconder meu sorriso, visto que estão me observando.
Ignoro estoicamente a presença dos outros no quarto e quando digo outros, estou me referindo a Samira e Janaína. Sinto seus olhares para minhas costas. Paloma não quis entrar, ficou lá embaixo com Moacir e Araruna para recepcionar os nossos visitantes daqui a pouco.
— Chegaram? — pergunto sem tirar os olhos dela, minha voz distante.
— Acabaram de chegar. — Janaína responde. — Por isso vim buscá-la. Samira vai cuidar dela. Os amigos dela estão aflitos por você tê-la trazido para cá.
— Eu imagino. — levanto-me e cubro o corpo de Isabella. — Cuide dela, se acordar fale onde está para que não se desespere. — digo a Samira, que assente.
Eu amo Samira, normalmente ela não questiona minhas decisões e faz o que peço sem pestanejar. Com certeza foi a única coisa boa que o relacionamento com Octávio me trouxe.
Saio do quarto já sabendo o que me espera no andar de baixo. Instruí a todos a não rebater as possíveis coisas desagradáveis que serão ditas, que deixassem eu resolver.
Foi um esforço danado convencer Paloma disso, mas consegui.
Lá embaixo, Mariah e Gabriel estavam bastante agitados, a cada minuto perguntavam por Isabella. Devem estar se perguntando como a tirei do hospital sem levantar suspeita, a resposta é bem simples. Eu disse a eles que ela era minha esposa. Digamos que eu fiz todo um teatro naquele hospital, sabe como é, a esposa zelosa cuidando de sua esposa. Minha mentira foi tão convincente que os médicos ficaram com pena de nós e depois do incentivo que lhe demos, o dinheiro, nos deixaram levá-la, desde que ficássemos de olho nela.
No começo Grace foi contra, mas a convenci a mudar de ideia de uma forma não muito educada. Esfreguei em sua cara que se alguém conseguiu passar pela segurança inútil de Gabriel, entrou na festa de Bella e fez tudo o que fez, seria bem mais fácil passar pela do hospital. Nem Mariah foi capaz de rebater. Eles queriam vir conosco, mas nem dei chances disso acontecer, quando Isabella já estava acomodada no carro, Araruna acelerou os deixando lá.
— Ora, ora, ora. Veja só quem está aqui. — anunciei minha presença e todos olharam para mim. Recebi reações diferentes ao me verem.
— Finalmente você chegou. Onde… — Gabriel fala, mas eu o interrompo ríspida.
— Como assim finalmente? Você que acabou de chegar. Deveria te deixar esperando por horas. — olho ao redor procurando aquela outra miserável. — Onde está Grace?
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Cativa | Sáfico
Romance+18 | Trilogia Cativa Sâmia, uma mulher da alta sociedade carioca, vive um verdadeiro inferno. Para se ver longe do padrasto, ela se viu obrigada a casar com Octávio, um homem poderoso no Rio de Janeiro, ninguém se atreve a desafiá-lo, exceto um cer...