Capítulo 14

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Olá meus rayos de sol, vocês estão bem? Eu espero que sim. Bom aqui mais um capítulo semanal.
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Sâmia Collor

Copacabana, Rio de Janeiro, 2021

Abro os olhos lentamente. Na verdade, estou pensando se acordar é realmente uma boa ideia.

Que cama confortável e grande. Estranho. A cama no quartinho dos funcionários era de solteiro. Resolvo abrir os olhos para me situar.

Estou em um quarto que nunca vi na minha vida, isso me coloca em alerta. Olho meu corpo e me vejo em uma roupa que não são as minhas. Miro meu corpo, e para minha surpresa está todo enfaixado e minhas feridas foram tratadas.

Me levanto depressa, o que acaba resultando em minha cabeça girando. Fico uns segundos parada até me recuperar. Vou até o banheiro e me olho no espelho.

Tem um band-aid em meu nariz, algo cobre o meu olho roxo. Meus braços também estão cobertos.

Tento me lembrar do que aconteceu e de como eu cheguei até aqui. Lembro de poucas coisas, lembro de derrubar Octávio, de empurrar Rachel da escada e apagar Fernando. Me lembro também de pedir ajuda a Isabella, mas não lembro mais nada. Sinto meu corpo inteiro doer.

Volto para o quarto e olho ao redor. É um quarto grande e bonito, com cores azuis. Tem uma TV enorme e ar-condicionado. Mas não posso me dar ao luxo de admirar tudo isso. Tenho que saber onde estou e como vim parar aqui.

Procuro algo para que possa usar para me proteger. Não encontro nada, a não ser, um livro bem grosso, em cima da escrivaninha. Vai ter que ser isso mesmo.

Sinto uma presença no quarto e viro-me imediatamente, segurando o livro, preparada para acertar a cabeça de qualquer um. Mas é uma mulher.

- Quem é você? Por que estou aqui?

- Que bom que está acordada.

- Quem é você?

- Não precisa temer. Eu não vou te fazer mal algum. Pode abaixar esse livro. Acredite, ele é ineficaz.

Mesmo temerosa, abaixo o livro, dando um voto de confiança a essa mulher. Para quem derrubou um homem como Fernando, essa mulher deve ser fichinha, eu acho.

- Como se chama?

- Onde estou? - Indago.

- Você não lembra como chegou aqui?

Esforço-me para lembrar de alguma coisa, mas não consigo. Quanto mais forço, mais dor de cabeça sinto.

- Não lembro de nada. Pode me dizer seu nome agora?

Ela sorri, amistosa.

- Me chamo Jane. E você é?

- Sâmia Collor. Quer dizer, Dos Reis. Collor é o sobrenome do meu marido. O responsável por isso tudo. - digo apontando para todo o meu corpo.

O sorriso de Jane vacila. Vejo seu corpo tencionar.

- Vamos. Venha comigo. Você precisa comer.

Nesse momento, meu estômago ronca. Percebo que estou morrendo de fome. Com certeza não estou na casa de Octávio, não lembro dele ter contratado ninguém e ele também não me deixaria tomar café da manhã. Quero muito ir com ela, mas estou com medo. Não sei se devo confiar nessa mulher.

- Vamos logo, a patroa odeia esperar. Verá lá fora. - e sai do quarto deixando-me só.

A patroa?

Cativa | SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora