Capítulo 3

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Olha quem voltou? Seguinte, mesmo esquema de antes. 20 comentários = outro capítulo.
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Isabella Castro

Angra dos Reis, Rio de Janeiro, 2022

Meu Deus. Eu não acredito. É ela mesmo. Ela está viva, o meu amor está viva. Olho para trás e minhas pernas tremem, meus olhos instantaneamente se enchem de lágrimas. Sem ter controle do meu próprio corpo, vou andando até ela.

Sâmia parece estar surpresa, seus olhos estão arregalados. Está paralisada. Quando me aproximo o suficiente, sinto primeira lágrima descer. Sem me conter, guio minha mão até tocar a sua, como ela não me diz nada, continuo com o toque. Sua mão está quente, isso me deixa tão feliz. Vou subindo minhas mãos pelos seus braços, ela não me impede, porém não faz absolutamente nada.

Seguro seu rosto entre as mãos, ela abre e fecha a boca como se não soubesse o que dizer.

- Você está viva. - Eu a abraço com todas as forças. Ela não me abraça de volta, mas eu não me importo. A emoção de tê-la em meus braços é tanta que não consigo controlar o choro. Fico uns minutos com o rosto em seu pescoço.

É verdade, ela está viva, está aqui na minha frente. Depois de longos meses achando que estava morta. É um sonho realizado.

- Você está viva, meu amor. Você...
Minha fala é interrompida por um tapa não muito forte mas ainda sim bem doloroso, meu rosto arde. Acaricio a minha bochecha. Eu já esperava por isso, mas no fundo, bem no fundo mesmo, eu torcia para que fosse diferente.

- Como você ousa me chamar de amor?! - Pergunta com a voz cheia de asco. Ela me olha com raiva, nitidamente eu sou a última pessoa que ela queria ver.

- Sâmia...

- O que você está fazendo aqui? Como diabos me encontrou? - Me interrompe.

- Eu, eu...

- Fui eu, Sâmia. - Mariah interfere se aproximando, pondo-se ao meu lado, creio que para me proteger de qualquer reação que Sâmia possa ter. - Fui eu quem disse a ela que você estava aqui.

Sâmia praticamente a ignora, continua olhando para mim. O foco dela sou eu. - O que veio fazer aqui? Seja o que for não me interessa, apenas vá embora e finja que esse dia não existiu. - Ela passa por nós e vai em direção ao portão, mas eu seguro seu braço.

- Eu quero falar com você.

- Mas eu não tenho nada para falar com você. Nada. - Ela se solta de mim com força. Cada palavra em sua voz demonstra desgosto, raiva. Isso me dói tanto.

- Por favor, deixa eu falar com você. - Imploro, nem me importo de estar demonstrando fraqueza, ela é tudo que me importa, mesmo que ela não acredite em mim, eu só gostaria de uma chance para demonstrar isso. - Por favor.

- Nada que vem de você me interessa, Isabella. - Isso é como uma facada no meu coração. Talvez um tiro doeria menos, meu peito se comprime.

- Me escuta, eu posso explicar. - deixo as primeiras lágrimas caírem.

Ela ri com escárnio. - Agora você quer conversar? Agora, Isabella!?

- Deixa eu tentar reparar tudo que eu te fiz. Deixa eu te contar meu lado da história. - Seguro suas mãos, mas seu rosto está impassível. Ela não vai ceder. - Eu imploro.

- Eu não preciso ouvir seu lado, eu já sei tudo sobre ele. Alguém te ferrou, você pensou que eu tinha algo a ver e por isso decidiu foder a minha vida. Tem mais alguma coisa que eu não saiba? - seu tom é duro.

Cativa | SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora