Capítulo 2

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Voltei. Mais cedo do que eu pretendia, mas não se acostumem. Perdoem qualquer erro que aparecer, é sono.

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Isabella Castro

Hoje promete ser um longo dia tedioso. Ah, o dia mal começou e eu já quero que acabe. Pelo menos tem algo minimamente legal pra fazer, que é assistir a votação do desfile. Bom, não era bem a minha ideia de diversão favorita mas dá pro gasto.

Ontem foi a primeira vez que senti vontade de sair do meu quarto. Depois de tantos meses enfurnada lá dentro, é bom ver a luz do sol de novo. Acordei com uma mensagem da empresa dizendo que eu tinha uma reunião bastante importante, era indispensável a minha presença. Infelizmente eu não tenho o hábito de fazer reuniões deitada na minha cama.

Bufo frustrada, não queria ir para o escritório, mesmo que esse escritório ficando no andar de baixo.

— Olha só tia, as visitas dela estão ficando frequentes. — Gabriel diz jocoso.

— Fico muito feliz que veio tomar café conosco, filha.

— Pois é, milagres existem.

— Realmente.

— Não era pra você concordar Gabriel. — ergo o dedo do meio pra ele.

— Modos, querida. — Repreendeu Grace.

— Desculpe, tia.

— A que devemos a honra? — Gabs não para com as brincadeiras. Eu nem me zango muito, sei que no fundo ele só quer levantar o meu astral. Eu não estou bem a muito tempo.

— Trabalho. — levanto o celular — Me disseram que descobriram notícias interessantes. Querem minha permissão para postar.

— Eita, fofoca? Me interessei.

— É, mas você vai ter que esperar.

— Ah, que pena. — faz uma carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança. Esse palhaço fofoqueiro.

— A reunião é agora filha?

— É sim, tia. Vou levar um café para o escritório. Quando a reunião acabar eu como alguma coisa.

— Ok.

Apesar dos pesares, vai ser bom participar dessa reunião, vai me distrair, e é disso que estou precisando. Mas, sei lá, de repente eu estou me sentindo tão disposta, tão viva. Finalmente estou voltando a ser o que era antes de… antes de Sâmia morrer.
Sacudo a cabeça, para de pensar nisso Isabella. Ela… deve estar em um lugar melhor agora. Eu sinto tanta falta dela.
Não gosto de pensar nisso, todas as vezes me senti culpada e não a um único dia que eu não me sinta assim. Odeio saber que a principal responsável pelo nosso sofrimento fui eu. Se eu tivesse ouvido nada disso teria acontecido.

O pior disso tudo é saber que se ela estivesse viva, ela jamais me perdoaria. Mas eu lutaria com todas as forças para ter o seu perdão, não importava quanto isso demorasse. Eu só sossegaria quando ela me perdoasse. Mas não adianta pensar nisso agora, ela não vai voltar e eu tenho que superar isso.

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— Tem certeza?

— Temos sim senhora.

Cativa | SáficoOnde histórias criam vida. Descubra agora