Sâmia Collor
- Vamos, Sâmia. Você está atrasada. - que saco. É sério que eu vou ter que ir para a escola num dia de chuva? Olha isso cara, que dia perfeito para ficar em casa.
- Paloma, fala sério. Tá chovendo, porque você tá fazendo a gente sair na chuva ? - resmungo vestindo minha farda.
- Primeiro porque está em semana de prova e você nem ouse faltar, segundo. - ela vem para perto de mim, olha para os lados e sussurra. - Eu tenho um encontro hoje e você irmãzinha, vai ser o meu álibi.
Estreito meus olhos para ela, claro que era por isso que essa safada se ofereceu para me deixar na escola. Porque mais Paloma Dos Reis sairia de casa em um dia como esse?
- Que bacana saber que sua irmã mais velha só se ofereceu para te levar na escola pra beijar umas bocas e não porque quer que sua irmã caçula vá bem na escola.
- Não seja dramática, é claro que eu quero que você se dê bem na escola. - bagunça meu cabelo. - Agora vamos, estamos atrasadas. Aproveita que a chuva deu uma parada.
- Tá bom, tô indo. Pelo menos trás um açaí para mim.
- Trago sim.
Termino de me arrumar e sai do quarto. Lá embaixo me despedi da minha mãe e graças a Deus o meu padrasto não estava em casa. Agora eu sei porque minha irmã quer sair.
Diferente da minha irmã, eu nunca fui de matar aula, até porque a minha escola fica a 10 minutos de casa, ou seja, minha mãe podia ir lá a hora que quisesse. E eu não ia passar a mesma vergonha que minha irmã.
- Lembra do dia que a mamãe foi na escola e não estava lá porque saiu para ficar com alguém? - pergunto já rindo, essa é uma história que Paloma morre de vergonha.
- Nem me lembre disso, foi traumático. Mamãe quase me bateu.
- Seria super merecido, não sei para que matar aula.
- Ai, pestinha, você nunca matou aula para ficar com alguém?
Neguei. - Eu não sou você não, filha.
- Então você não sabe o que é adrenalina.
- Pois então agradeça a pestinha aqui por aceitar ser seu álibi, viu safada. - dei um tapa forte em sua bunda, coisa que ela odeia.
- Agora você vai ver. - disse correndo atrás de mim.
Saímos correndo pelo condomínio, estamos quase chegando até o portão, quando de repente eu me bato em alguém. O impacto foi tão forte que quase caio no chão, o que impede a minha queda humilhante é o braço da pessoa.
- Ai meu Deus, desculpa eu não vi você. Tá tudo bem? Você se machucou, precisa de um médico? - Olho para cima e vejo uma moça loira, Uau, como ela é bonita. Ela parece preocupada, pergunta atropelando as palavras.
- Ei calma, tá tudo bem. Sem sangue, sem trauma. - sorri. - Você tá bem?
Ela fica aliviada e retribui o sorriso. - Eu tô bem, também. A propósito meu nome é Isabella. - estende a mão para mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cativa | Sáfico
Romansa+18 | Trilogia Cativa Sâmia, uma mulher da alta sociedade carioca, vive um verdadeiro inferno. Para se ver longe do padrasto, ela se viu obrigada a casar com Octávio, um homem poderoso no Rio de Janeiro, ninguém se atreve a desafiá-lo, exceto um cer...