Nas Garras do Capitão

17| Between challenge and connection

Enquanto os dias se passavam a bordo do navio, Aurora começou a notar uma mudança sutil em Dante. Embora ainda houvesse momentos de possessividade e intensidade, ele também parecia disposto a se abrir um pouco mais. Era como se, ao lado dela, suas barreiras fossem se desfazendo, e por trás do pirata implacável, havia um homem que desejava um momento de tranquilidade, longe da brutalidade da vida no mar.

Em uma manhã ensolarada, enquanto as ondas balançavam suavemente o navio, Dante encontrou Aurora na prainha do convés. O cheiro de sal e a brisa fresca do mar faziam o clima parecer mais leve. Aurora estava sentada, observando o horizonte, quando Dante se aproximou, seu olhar ponderado.

"Ainda se recuperando?" ele perguntou, sentando-se ao lado dela. O tom de sua voz estava mais suave do que o habitual, como se quisesse se conectar de uma forma mais pessoal.

"Sim, embora me sinta um pouco melhor," respondeu Aurora, virando-se para ele. "Acho que estou começando a me acostumar com essa vida... mesmo que eu ainda tenha algumas dúvidas sobre o que você realmente quer de mim."

Ele sorriu, um sorriso que parecia genuíno, e ela não pôde deixar de notar como seu olhar se suavizava quando ele estava perto dela. "Eu quero que você se sinta confortável, Aurora. É um lugar perigoso, e eu não gostaria que você ficasse com medo de mim."

Aurora o observou, surpresa com a vulnerabilidade em sua voz. **Era uma nova faceta dele, uma que ela não havia visto antes.** "Por que você está sendo tão gentil?" perguntou, um pouco desconfiada. "Apenas alguns dias atrás, você estava... bem, você sabe."

"Sim, eu sei," ele respondeu, com um olhar pensativo. "Mas você merece mais do que ser uma simples prisioneira. Você é inteligente, forte... e eu gosto de ter você por perto. Você me faz sentir diferente." Ele hesitou por um momento, como se estivesse lutando contra algo dentro dele. "Eu não quero apenas a sua obediência. Quero que você queira ficar aqui."

As palavras dele deixaram Aurora intrigada. Era a primeira vez que ela via Dante como alguém que também poderia ter sentimentos complexos. "E o que você espera de mim, então? Você realmente acha que eu quero ficar aqui para sempre?"

"Talvez você não queira, mas ao menos por enquanto, você está segura comigo. Eu sei que posso ser... difícil, mas eu posso ser divertido também," ele disse, piscando para ela, e o ar tenso entre eles começou a relaxar um pouco.

"Divertido?" Aurora arqueou uma sobrancelha, tentando segurar o riso. "Você? Um pirata? Agora isso eu preciso ver."

Ele riu, um som profundo e envolvente que a fez sorrir. "Que tal um desafio? Vamos ver quem consegue pegar mais peixes hoje. O perdedor deve fazer o que o vencedor quiser."

"Você está falando sério?" Ela não podia acreditar. "E se eu perder?"

"Então, terá que me seguir e fazer o que eu disser por um dia inteiro," respondeu ele, a expressão dele misturando brincadeira e um toque de malícia.

Aurora hesitou, mas a ideia de um dia sem medo, apenas se divertindo ao lado de Dante, era tentadora. "Desafio aceito!"

Os dois se levantaram e foram até a borda do navio, armados com redes e baldes. Dante mostrou a ela como lançar a rede, seu corpo próximo ao dela, e a proximidade gerou uma sensação de eletricidade entre eles. Aurora se sentia mais viva ali, em sua companhia, e, por um breve momento, as ameaças do passado pareciam distantes.

Enquanto competiam, Dante começou a deixá-la mais à vontade, fazendo piadas e elogiando sua habilidade de pesca. Ela riu mais do que havia rido nos últimos dias, e foi difícil não sentir uma conexão crescente entre eles.

"Você realmente é melhor do que pensei," ele comentou, enquanto ela puxava um peixe bonito para fora da água. "Talvez você devesse ficar aqui para me ensinar."