12| Beneath the Mask

1 0 0
                                    

Aurora acordou na manhã seguinte com o coração pesado, a lembrança do beijo ainda fresca em sua mente. A luz do sol entrava pela janela, iluminando o quarto em meio à desordem que Dante havia causado na noite anterior. Ela se sentou na cama, olhando para os cacos do espelho espalhados pelo chão, sentindo a mistura de emoções pulsar dentro dela.

Ao sair do quarto, ela se preparou para encontrar Dante, esperando que a conexão que haviam compartilhado ainda estivesse ali, mesmo que sutil. Porém, ao encontrá-lo na área comum do navio, a realidade a atingiu como uma onda fria. Ele estava sentado com a tripulação, rindo e conversando, como se nada tivesse acontecido entre eles.

— Bom dia, capitão! — um dos tripulantes gritou, e todos riram. Dante se virou, mas seu olhar não encontrou Aurora. Era como se ela fosse invisível.

Ela sentiu um nó se formar em seu estômago. A indiferença dele a atingiu com força, e a sensação de rejeição se instalou em seu peito. Aurora tentou se aproximar, mas a maneira como Dante a ignorava fazia com que sua raiva começasse a ferver.

— Você não vai me cumprimentar? — ela perguntou, a voz mais dura do que pretendia. Ele a olhou de relance, antes de se voltar para os outros, deixando-a sem resposta.

A chateação tomou conta de Aurora, e a indignação rapidamente a transformou em uma tempestade de emoções. Como ele podia agir dessa forma? Como se o beijo não significasse nada, como se ela não fosse mais do que uma estranha a bordo?

— Dante! — ela gritou, forçando sua voz a se elevar acima da conversa. Todos pararam e se viraram para ela, a expectativa pairando no ar.

Ele finalmente olhou para ela, mas o brilho que antes havia em seus olhos estava ausente, substituído por uma expressão fria e desinteressada. — O que você quer, Aurora? — ele respondeu, a indiferença em seu tom como um golpe.

A dor na voz dele cortou mais do que qualquer lâmina. Aurora sentiu as lágrimas ameaçarem surgir, mas ela se recusou a ceder. — Parece que você já esqueceu o que aconteceu ontem à noite.

— Não é assim que funciona — ele rebateu, cruzando os braços como se se proteger contra ela. — Não podemos ficar falando sobre isso.

— Por que não? — ela insistiu, seu tom desafiador escondendo a vulnerabilidade. — Você me beijou, Dante. Não foi um acidente.

— Foi um erro — ele disse, a frieza em sua voz como um convite para que ela se afastasse. O peso dessas palavras fez com que o ar ao redor deles ficasse denso. A rejeição doía, e a raiva tomou conta de Aurora.

Ela podia sentir a humilhação queimando em seu rosto, o calor subindo rapidamente enquanto todos os olhares estavam fixos nela. — Você não é o homem que eu pensei que era — ela disparou, a voz falhando. — Eu esperava mais de você.

— Esperava mais de mim? — ele repetiu, um sorriso sarcástico surgindo em seus lábios. — Você não sabe nada sobre mim, Aurora.

O silêncio que se seguiu foi carregado de tensão, enquanto a tripulação observava, um misto de curiosidade e desconforto em seus rostos. Aurora respirou fundo, tentando manter a compostura.

— Então, você só vai ignorar o que aconteceu? É assim que você lida com as coisas? — ela perguntou, a raiva agora fervendo como lava prestes a explodir.

— Eu não tenho tempo para esses jogos — ele respondeu, como se tivesse colocado uma barreira intransponível entre eles. O olhar dele estava vazio, e Aurora sentiu como se tudo o que havia construído entre eles na noite anterior estivesse desmoronando.

Aurora se virou, a sensação de traição e dor invadindo seu coração. Cada passo que dava para longe dele era como se estivesse se afastando de algo que nunca poderia ser recuperado. Ela não sabia se conseguiria superar isso. O beijo, a conexão, tudo se sentia distante agora, como uma lembrança que havia se apagado.

Nas Garras do CapitãoOnde histórias criam vida. Descubra agora